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Morre o professor Paulo Henrique Ozorio, da Fafich

Docente atuou como assessor da Reitoria, pró-reitor adjunto de Extensão e diretor da Estação Ecológica; ele também foi chefe de gabinete da Secretária Estadual de Cultura

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Paulo Henrique Ozorio: carisma, humor e cultura elevadaFoto: Foca Lisboa | UFMG

Foi cremado nesta terça-feira, 16, o corpo do professor Paulo Henrique Ozorio Coelho, vinculado, desde 1985, ao Departamento de Sociologia e Antropologia da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (Fafich) da UFMG.

Ao longo das duas décadas seguintes, Paulo Ozorio atuou como diretor do Museu de História Natural e Jardim Botânico (MHNJB) e assessor da Reitoria para Projetos Especiais. Participou ainda do Programa de Conservação, Registro e Inventário e Monitoração do Acervo Arqueológico da UFMG, da Comissão de Acesso aos Acervos, entre muitos conselhos, comissões e projetos de extensão.

Antes de ingressar na UFMG, trabalhou na Secretaria de Cultura de Minas Gerais, no Ministério da Cultura e em outras universidades brasileiras. Ele tinha 84 anos e morreu enquanto dormia.

Amante da música
Servidora aposentada da UFMG, Terezinha Furiati trabalhou com o professor a partir do fim da década de 1990 e se tornaram amigos. “Era amante da música, especialmente a clássica. Tinha bons equipamentos de som, vasta coleção de CDs e interesse pela tecnologia”, relatou a servidora, que também o caracterizou como “metódico”, “responsável” e “absolutamente leal”.

Para colega Fabrício Fernandino, professor da Escola de Belas-Artes e diretor do Centro Cultural UFMG, Paulo Henrique Ozorio foi “dotado de conhecimento e cultura excepcional”, que o conduziu a “relevante participação no cenário cultural e político do país. Sua história de vida encantava a todos. Seu carisma, bom-humor e elevada cultura sempre geravam uma conversa muito agradável. Foi muito importante conviver com ele”, testemunhou Fernandino.

Semeador
Durante o Reitorado do professor Francisco César Sá Barreto (1998 a 2002), Paulo Henrique Ozório foi pró-reitor adjunto de Extensão. Na época, ainda não existia a Diretoria de Ação Cultural (DAC), antecessora da Pró-reitoria de Cultura (Procult). De acordo com Fernandino, cabia ao pró-reitor adjunto de Extensão articular as ações culturais na Universidade.

“Conheci o Paulo Henrique no Festival de Inverno, que era realizado em Ouro Preto, sob sua tutela. No final de 1999, a cidade já não estava mais comportando o evento, cuja dimensão havia crescido. Então, propusemos a mudança para Diamantina. Fizemos muitas viagens para mapear a nova sede e organizar o processo. Foi importante e rico o convívio. A gente aprendia todo o tempo com ele, sobre arte, cultura e ética”, relatou.

No final do Reitorado seguinte [da professora Ana Lúcia Gazzola, de 2002 a 2006], Paulo Henrique Ozorio assumiu a direção do MHNJB. “Foi ele quem preparou o terreno para restauração do Presépio do Pipiripau [obra concluída em 2017]", conta Fernandino, que o sucedeu na direção do Museu.

Paulo Henrique Ozorio graduou-se na UFMG em 1966. Concluiu o mestrado (1978) e o doutorado (1980) na Université Pierre-Mendès-France. Era divorciado e não deixou filhos.