Extensão

Novo curso para divulgadores da ciência receberá R$ 100 mil

Selecionada por edital do Instituto Serrapilheira, iniciativa da Diretoria de Divulgação Científica amplia formação transversal

A penúltima etapa do processo de seleção reuniu 50 concorrentes
A penúltima etapa do processo de seleção reuniu 50 concorrentes Serrapilheira / Divulgação

A criação do Curso de Especialização Profissional para Divulgadores da Ciência, iniciativa da Diretoria de Divulgação Científica (DDC), vinculada à Pró-reitoria de Extensão da UFMG, receberá R$ 100 mil do Instituto Serrapilheira. Primeira instituição privada de fomento à pesquisa no Brasil, o Serrapilheira selecionou, por meio de edital, 14 projetos inovadores de divulgação científica, que vão utilizar os recursos para iniciar ou aprimorar suas atividades.

Segundo o titular da DDC, professor Yurij Castelfranchi, trata-se da ampliação da formação transversal em Divulgação Científica, ofertada desde 2016 no currículo da graduação, que será transformada em uma especialização aberta a setores diversos da sociedade. “A formação transversal em Divulgação Científica já é uma experiência única na América do Sul, de formar de maneira interdisciplinar pessoas já na graduação”, diz Castelfranchi. “Propomos agora construir uma ponte entre profissionais que estão no mercado, nos setores educacionais, nas ONGs e em outras instâncias da sociedade. Queremos aliar o que há de melhor e de mais atualizado no campo acadêmico e no campo profissional, e juntar esses saberes com as práticas mais inovadoras que estão fora da universidade, de jornalistas, bloggers, digital influencers e educadores.”

Yurij Castelfranchi:
Yurij Castelfranchi: 'mistura de resultados poderosos'Serrapilheira / Divulgação

O objetivo, segundo o professor, é alcançar estudantes, jovens cientistas que querem aprender a fazer divulgação científica, jovens comunicadores, jornalistas e educadores que querem se especializar. “Outro público que temos como alvo são os pesquisadores seniores que desejam construir uma vertente de extensão, de participação social e de engajamento de divulgação científica, além de profissionais do mercado. Essa ‘mistura’ pode dar resultados muito poderosos”, afirma.

De acordo com a pró-reitora de Extensão, Claudia Mayorga, “a DDC tem trabalhado nos últimos anos no fortalecimento de uma política de divulgação cientifica que tenha como alvo e interlocutores tanto estudantes da educação básica quanto os jovens e as jovens que estão se formando e socializando para o interesse pela ciência e o interesse pela universidade”. Segundo Claudia, o interesse pela ciência exige uma relação ética e responsável com os diversos setores. “A universidade, a academia, a ciência são muito importantes na construção de um país mais diverso onde o exercício da imaginação, da invenção e da criação de soluções para os grandes problemas é uma ação coletiva muito importante.”

Ciência e criatividade
Aproximar o pensamento científico da criatividade e fomentar a colaboração entre diferentes áreas do conhecimento estão entre os objetivos do Instituto Serrapilheira, que financia, desde o ano passado, projetos de pesquisa e divulgação científica. Entre os selecionados neste último edital, há projetos audiovisuais, artísticos, educacionais, jornalísticos e acadêmicos, oriundos de sete estados do Brasil e em diferentes estágios de desenvolvimento. Os requisitos para receber o financiamento eram experiência em divulgação científica e um projeto comparável a boas iniciativas no exterior. Os 14 projetos foram escolhidos entre 871 propostas.

No edital do ano passado, de fomento a jovens pesquisadores lançado pelo Instituto Serrapilheira, foram contempladas duas propostas de pesquisadores da UFMG. Os projetos dos professores Alexander Birbrair, do Departamento de Patologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), e Roberto Figueiredo, do Departamento de Engenharia Civil da Escola de Engenharia.

As inscrições para a 2ª Chamada Pública do Instituto Serrapilheira vão até amanhã, 14 dezembro, às 15h. Serão selecionados até 24 projetos que proponham perguntas fundamentais nas áreas de Ciências Naturais, Ciência da Computação e Matemática.

Zirlene Lemos / Assessoria de Comunicação da Proex