O Brasil já teve uma ditadura fascista?
Terceira reportagem da série sobre 100 anos do fascismo discute influência da ideologia no Brasil
![Domínio Público Membros da AIB fazendo a saudação em manifestação pública em 1935.](https://ufmg.br/thumbor/WRC5XFTwy0fnWqSmajqMsKwZbGU=/42x0:348x471/352x540/https://ufmg.br/storage/4/4/c/7/44c7475c18d5b5c1b331558bf3bf75bd_15561296244783_1354435583.jpg)
Nascido na Itália, há cem anos, o fascismo logo se espalhou por outros lugares do mundo. Foram uma inspiração importante, por exemplo, para o nazismo de Hitler. Mas também atravessaram o oceano e ganharam força aqui no Brasil com o movimento integralista, a partir da década de 1930. Até o Estado Novo, de Getúlio Vargas, foi muitas vezes identificado com o fascismo. Mas qual a real influência da ideologia fascista por aqui? Esse é o tema da terceira reportagem da série Fascismo: 100 anos.
Nascida em 1932, após uma viagem de Plínio Salgado à Itália de Mussolini, a Ação Integralista Brasileira (AIB) é considerada o maior movimento de inspiração fascista fora da Europa e o primeiro movimento de massa do Brasil. O número de partidários da AIB é alvo de controvérsias. Os integralistas afirmaram ter mais de um 1 milhão filiados. Mas historiadores trabalham com algo entre 200 e 500 mil militantes, o que, de todo modo, é expressivo para o Brasil do início do século XX.
Mas mais complexa é a relação entre Getúlio Vargas e o fascismo. Vargas chegou a convidar membros da AIB para o governo e sinalizou apoio à Alemanha e Itália na 2ª Guerra Mundial. Elementos como esse fazem com que o Estado Novo, decretado em 1937, seja, muitas vezes, identificado como uma ditadura fascista. Questão bastante polêmica segundo especialistas ouvidos pela UFMG Educativa.
Após Vargas, o Brasil voltou a ter um regime autoritário: a Ditadura Militar de 1964. A terceira reportagem da série Fascismo: 100 anos também discute a influência da ideologia de Mussolini sobre o período militar brasileiro.
(*Com produção de Paula Alkmim)
![Domínio Público Getúlio Vargas e Franklin Roosevelt no Rio de Janeiro, em 1936.](https://ufmg.br/thumbor/qnJMCD2Swpm1-gYchqJPFG0Sx6U=/0x1:634x424/712x474/https://ufmg.br/storage/f/8/a/4/f8a48f1cf6b322de29a86a5bfcf3bdac_15561307377175_1316690052.jpg)
Carta del Lavoro x CLT
Especialistas ouvidos pela UFMG Educativa analisam as similaridades e diferenças entre as legislações trabalhistas de Benito Mussolini, na Itália, e Getúlio Vargas, no Brasil:
![Domínio Público Político fascista italiano Edmondo Rossoni anuncia em Roma, na Itália, a promulgação da Carta del Lavoro](https://ufmg.br/thumbor/DI5vrjzsRGUf_5mDhOUcsdO7y90=/26x0:1713x1125/712x474/https://ufmg.br/storage/a/a/5/c/aa5c5d56edea1e5e079fb1dc9425d057_15561316715394_311283346.jpg)
Amanhã, no Jornal UFMG, a partir de 12h30, a última reportagem da série Fascismo: 100 anos levanta outra polêmica: será que é correto chamar atuais governantes de extrema-direita, como Bolsonaro, de fascistas? A primeira reportagem abordou as origens e os significados do fascismo. Já a segunda reportagem ouviu especialistas em busca de respostas para a questão: fascismo e nazismo são uma ideologia de direita ou de esquerda?