Percepção do povo Xakriabá sobre a ditadura militar é tema de estudo
Trabalho, que recebeu o Prêmio Capes de melhor tese na área de História, é destacado no centésimo episódio do ‘Aqui tem ciência’, da UFMG Educativa
![Guilherme Cavalli | Cimi Representantes do povo Xacriabá em encontro da juventude](https://ufmg.br/thumbor/iLKihzWf5t3KkVZqoMrJ6C7tpKM=/10x6:713x475/712x474/https://ufmg.br/storage/f/0/b/e/f0bed8491df101a088356fc892f15e2d_16412371204933_1165947537.jpg)
Durante a ditadura militar, iniciada em 1964, os Xakriabá não eram reconhecidos como indígenas pelos agentes estatais. Eles foram agredidos e tiveram que lutar para tentar preservar suas terras e práticas culturais. O modo como lembram a experiência da ditadura é o objeto do estudo de doutorado realizado no Programa de Pós-graduação em História da UFMG. Esse trabalho, eleito em 2021 a melhor tese do Prêmio Capes na área de História, é tema do centésimo episódio do programa Aqui tem ciência, da Rádio UFMG Educativa.
Autora da pesquisa, Juliana Fernandes conta que revisitou documentos da época do regime militar e manteve encontros com indígenas e vivências nas aldeias situadas no município de São João das Missões, no extremo noroeste de Minas Gerais. Na entrevista, a pesquisadora explica por que decidiu se aprofundar na forma como a ditadura é percebida por esse povo e por que o contato com essa perspectiva exigiu que aquele período da vida brasileira fosse revisto com base em conceitos e referências cronológicas distintos das preconizadas habitualmente nos livros de história.
Raio-x da pesquisa
Tese: A “Guerra dos 18 Anos” – repertórios para existir e resistir à ditadura e a outros fins de mundo. Uma perspectiva do povo indígena Xakriabá e suas cosmopolíticas de memória
O que é: tese de doutorado que estuda a ditadura militar com base em ponto de vista de indígenas Xakriabá residentes em um território no noroeste de Minas Gerais. A pesquisa dedica-se também a investigar como os atuais Xakriabás retomam esse período histórico para construir práticas e possibilidades presentes e futuras.
Pesquisadora: Juliana Ventura de Souza Fernandes
Programa de Pós-Graduação: História
Orientadora: Miriam Hermeto de Sá Motta
Ano da defesa: 2020
Financiamento: Bolsa de mobilidade acadêmica concedida pela Red de Macro Universidades de América Latina y el Caribe (RedMacro)
![Arquivo pessoal Juliana Fernandes: escassez de estudos produzidos a partir de olhares indígenas relativos à ditadura militar motivou realização da tese](https://ufmg.br/thumbor/q9d2cfevZfIHIAXJl_yEEQ6NFKU=/0x0:1604x1069/712x474/https://ufmg.br/storage/c/1/9/7/c197f60c06164adabc40f57b1028148d_16412271935029_1816374263.jpeg)
O episódio 100 do programa Aqui tem ciência tem produção e apresentação de Tiago de Holanda. Os trabalhos técnicos são de Breno Rodrigues.
O programa é uma pílula radiofônica sobre estudos da UFMG e busca abranger todas as áreas do conhecimento. A cada semana, a equipe da Rádio UFMG Educativa apresenta os resultados do trabalho de um pesquisador da Universidade.
O Aqui tem ciência fica disponível em aplicativos de podcast, como o Spotify, e vai ao ar na frequência 104,5 FM, às segundas, às 11h, com reprises às quartas, às 14h30, e às sextas, às 20h.