Pesquisa e Inovação

Tese investiga o passado e o presente das tecnologias do hidrogênio

Tema de episódio do programa ‘Aqui tem ciência’, estudo feito na UFMG analisou distintas fases do desenvolvimento desses dispositivos

Marina Domingues estudou dispositivos que buscam armazenar e distribuir o hidrogênio
Marina Domingues estudou dispositivos que buscam armazenar e distribuir o hidrogênio Arquivo pessoal

Pesquisas realizadas em diversos países indicam que o aquecimento global tem sido causado por atividades humanas. Especialistas ressaltam a necessidade de haver redução forte e sustentada das emissões de dióxido de carbono e de outros gases de efeito estufa. Esses gases são liberados, por exemplo, na queima de combustíveis fósseis, como a gasolina e o carvão. Nos últimos anos, governos e empresas vêm promovendo, cada vez mais, o uso de tecnologias do hidrogênio, dispositivos que geram fontes de energia alternativas e renováveis.

Estudo feito na UFMG investigou duas fases do desenvolvimento dessas tecnologias. A economista Marina Domingues Fernandes, que fez o trabalho em seu doutorado no Programa de Pós-graduação em Inovação Tecnológica e Biofarmacêutica da Universidade, pesquisou os modos como as tecnologias do hidrogênio foram tratadas, internacionalmente, entre os anos de 2000 e 2020. A pesquisadora analisou a influência, nesse período, da transição entre dois paradigmas tecnoeconômicos: o da era do automóvel e produção em massa e o da era da informação e comunicação.

No episódio 84 do programa Aqui tem ciência, da Rádio UFMG Educativa, Marina Domingues Fernandes aborda esses paradigmas e explica como eles afetaram o desenvolvimento das tecnologias do hidrogênio. A economista apresenta, também, outros resultados do estudo, que não apenas descreveu as características de duas fases desse desenvolvimento, mas também mostrou como o processo tem atingido países periféricos, de desenvolvimento tecnológico tardio, como os latino-americanos. A pesquisa observou que, nesses países, tecnologias de hidrogênio vêm sendo estimuladas, sobretudo, por empresas subsidiárias de multinacionais.

A pesquisadora comenta, ainda, a situação específica do Brasil, que já exerceu liderança no cenário internacional desse conjunto de tecnologias. Ouça o programa e saiba por que o país precisa investir mais nesses dispositivos.


Raio-x da pesquisa
Tese: Desenvolvimento de tecnologias viabilizadoras da energia do hidrogênio a partir do design dominante e paradigmas tecnoeconômicos
O que é: tese de doutorado que analisa a dinâmica dos paradigmas tecnoeconômicos influenciou o design de tecnologias do hidrogênio de 2000 a 2020. Outro objetivo foi analisar as diferenças nas atividades de design entre países líderes e/ou de rápida adoção tecnológica (centro) e países de desenvolvimento tecnológico tardio (periferia).
Pesquisadora: Marina Domingues Fernandes
Programa: pós-graduação em Inovação Tecnológica e Biofarmacêutica
Orientador: Rubén Dario Sinisterra Millan
Coorientadora: Márcia Siqueira Rapini
Ano da defesa: 2021
Financiamento: Capes, CNPq e Fapemig

O episódio 84 do programa Aqui tem ciência tem produção, edição e apresentação de Tiago de Holanda. Os trabalhos técnicos são de Breno Rodrigues.

O programa é uma pílula radiofônica sobre estudos da UFMG e abrange todas as áreas do conhecimento.  A cada semana, a equipe da Rádio UFMG Educativa apresenta os resultados do trabalho de um pesquisador da Universidade.

O Aqui tem ciência fica disponível em aplicativos de podcast como o Spotify e vai ao ar na frequência 104,5 FM, às segundas, às 11h, com reprises às quartas, às 14h30, e às sextas, às 20h.