Observatório de Autonomia Universitária do Grupo Montevidéu é instalado na UFMG
Ambiente fomentará discussões sobre orçamento e estimulará o compartilhamento de boas práticas sobre o tema
Um ambiente que estimulará discussões sobre a autonomia sob os mais variados prismas – histórico, jurídico e econômico – e promoverá o levantamento de dados e o compartilhamento de boas práticas, normas e decisões administrativas e judiciais no âmbito de instituições universitárias sediadas na América do Sul. Assim será o Observatório de Autonomia Universitária da Associação de Universidades do Grupo Montevidéu (AUGM), que acaba de ser instalado na UFMG. A instância será coordenada pelo professor Aziz Tuffi Saliba, diretor de Relações Institucionais da Universidade. Uma apresentação do Observatório foi realizada na tarde desta terça-feira, dia 29, e reuniu dirigentes das instituições vinculadas à rede.
“O Observatório de Autonomia Universitária da AUGM nasceu de uma proposta apresentada pela UFMG para a AUGM”, explica Aziz. Segundo ele, a instância também promoverá eventos regulares e criará bancos de dados para subsidiar debates nos países que sediam as universidades que integram a rede.
Ainda que instalado na UFMG, o Observatório contará com “pontos focais” em outras instituições, que contribuirão para o levantamento de dados e a realização de eventos de caráter local ou regional. Segundo o seu coordenador, também já está nos planos do observatório a criação de um periódico sobre o tema. “E buscaremos o diálogo com iniciativas semelhantes, em outras partes do mundo”, adianta Aziz.
Liderança reconhecida
“É uma grande honra para a UFMG sediar o Observatório que concentrará essas discussões sobre a autonomia universitária e os orçamentos das universidades públicas. Essas duas temáticas são imprescindíveis para as nossas universidades”, reitera a reitora Sandra Regina Goulart Almeida, que assumiu a presidência da AUGM na tarde desta terça-feira.
De acordo com a reitora, os debates relacionados ao assunto têm ocorrido em perspectiva comparada. “A comparação nos permite pensar essas questões também no âmbito de uma integração e de uma política regional. Nossas universidades compartilham a defesa da autonomia universitária e do financiamento público para a educação superior”, diz a reitora.
Para Aziz, a própria escolha da UFMG como sede do Observatório deriva da reconhecida qualidade e liderança regional da Universidade, de sua inserção internacional e da consistente e ativa participação da reitora Sandra Regina Goulart Almeida nas relações internacionais. “Exemplo disso é que, além de ser a primeira mulher a dirigir a AUGM, ela será, simultaneamente, a primeira brasileira a ocupar a vice-presidência da Worldwide Universities Network (WUN), rede de pesquisa formada por algumas das melhores instituições do mundo, com representantes de todos os continentes.”
Espaço de excelência para a busca da verdade
Ao situar a importância da criação do Observatório no complexo quadro político mundial, Aziz afirma que, a rigor, a ciência e a universidade sempre sofreram contestações e enfrentaram a oposição de setores da sociedade. “Variações dessa oposição foram de forma e conteúdo e não necessariamente menos graves do que a que ocorre agora", ressalva.
O diretor de Relações Internacionais pondera que, a despeito da constância dessa oposição, a universidade como instituição tem obtido sucesso na sua mitigação. “Com informações, argumentos, articulações políticas e também humildade e transparência, as críticas têm sido bem enfrentadas, e tanto a ciência quanto a universidade ganharam espaço na arena pública”, avalia Aziz Saliba.
A criação do Observatório de Autonomia Universitária da AUGM integra esse "esforço de proteção da missão da ciência, de busca da verdade e, sobretudo, de posicionar a universidade como espaço privilegiado para essa busca", argumenta o coordenador. "E o êxito da universidade nessa empreitada depende de que lhe sejam garantidas plena liberdade de expressão, suficiência de recursos humanos e financeiros, inclusão e autogovernança", enumera o diretor de Relações Internacionais da UFMG.