Pampulha é ‘local inadequado’ para a Stock Car, avalia UFMG
Em nota à comunidade, Reitoria alerta para os impactos da corrida sobre as atividades acadêmicas e pede diálogo com poder público para buscar soluções
A UFMG manifestou, nesta quarta-feira, dia 28, sua “grande preocupação com a condução do processo de organização do evento Stock Car em Belo Horizonte”, cuja realização está prevista para o mês de agosto no entorno do estádio Mineirão. De acordo com nota à comunidade assinada pela reitora Sandra Regina Goulart Almeida e pelo vice-reitor Alessandro Fernandes Moreira, a escolha do local foi definida “sem que se tenha estabelecido um amplo diálogo dos organizadores e do poder público municipal com a Administração da Universidade e a comunidade universitária, que tomou conhecimento dos acordos pactuados para a realização do evento por meio da mídia”.
No comunicado, os dirigentes compartilham das preocupações manifestadas tanto pela comunidade da UFMG quanto pelos moradores da região em relação aos impactos que a corrida provocará na vida das pessoas e dos animais da região. “A instituição tem ciência de que os impactos do evento na UFMG serão enormes, afetando não apenas as unidades mais sensíveis, como a área hospitalar na qual se localiza o Hospital Veterinário, os biotérios de criação de animais, a Estação Ecológica e o Centro Esportivo Universitário, bem como todas as atividades de ensino, pesquisa e extensão da Universidade, além de aspectos relacionados a acesso, impacto ambiental, bem-estar dos animais e deslocamento das pessoas.
A reitora Sandra e o vice-reitor Alessandro afirmaram ter recebido com “estranheza e espanto” a notícia do corte de 55 árvores no entorno do Mineirão, “sem qualquer aviso prévio ou diálogo, iniciado no dia de hoje, e cujo impacto ambiental para as comunidades locais é imensurável”.
Debate incipiente
Além disso, eles destacaram que têm acompanhado o “ainda incipiente debate público em torno dessa pauta" sobretudo no aguardo do imperativo diálogo com o poder público municipal, na expectativa de que as complexas questões como a preservação do meio ambiente, do bem-estar, do acesso, da segurança e da limpeza da região sejam contempladas”.
Na conclusão da mensagem, os dirigentes garantiram que continuarão buscando soluções para preservar o legado da UFMG e o da região da Pampulha para a capital mineira. “Os interesses da Universidade e o bem-estar da nossa comunidade e da população de Belo Horizonte estão no centro de nossas prioridades e esperamos que estejam, igualmente, na mente e nos corações daqueles a quem cabem as tomadas de decisões acerca desse tema”, afirmaram.
Outras manifestações
Uma das unidades que mais sofrerão os impactos da corrida, caso ela seja realizada na Pampulha, a Escola de Veterinária emitiu nota em que critica a supressão das árvores e destaca que o “entorno do Mineirão não é o melhor local” para a atividade. A Unidade abriga o Hospital Veterinário, um dos mais importantes do país.
A posição da UFMG também tem sido explicitada em entrevistas concedidas pela reitora Sandra Goulart Almeida a veículos de comunicação de Belo Horizonte.