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Pandemia abre nova frente de luta para a população LGBT+

Sem empregos formais, grupo é um dos mais desprotegidos contra os efeitos da Covid-19

Para LGBT em Belo Horizonte
Parada LGBT em Belo Horizonte: pandemia impôs demandas urgentes a essa população Divulgação I Prefeitura de Belo Horizonte

Neste domingo, 17 de maio, comemora-se o o Dia Internacional contra a Homofobia e a Transfobia. Nesta data, em 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças (CID). Desde então, o 17 de maio virou símbolo da luta por direitos humanos e pela diversidade sexual, contra a violência e o preconceito. Em 2020, essa luta é marcada por novas demandas, urgentes, no contexto da pandemia do novo coronavírus. 

A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu aos países que protejam as pessoas LGBT+ contra a discriminação, uma vez que elas podem hesitar em procurar serviços de saúde e estar especialmente vulneráveis à Covid-19. Para saber mais sobre os impactos da pandemia para essa população, a Rádio UFMG Educativa conversou com a travesti Anyky Lima, durante o programa Conexões desta sexta-feira, 15 de maio.

Ela falou sobre as dificuldades que a população LGBTI+ tem enfrentado neste período de pandemia. "Sem trabalho, há muita gente passando necessidades, passando até fome", ressaltou. Anyky Lima destacou ainda que, apesar de se enquadrarem nas regras para recebimento do auxílio emergencial de R$ 600, muitas transexuais, por exemplo, não conseguem acessar o benefício por causa da falta de CPF.

Anyky também falou sobre temas como acolhimento à população LGBTI+ pelos serviços de saúde e sobre iniciativas solidárias que têm ajudado essa parcela da população a enfrentar as consequências do coronavírus, com contribuições e doações de cestas básicas.

Ouça a conversa com Luíza Glória

Pesquisa
A situação da comunidade LGBT+ durante a pandemia da Covid-19 está sendo mapeada em estudo desenvolvido pelos doutorandos em Demografia Samuel Silva (UFMG) e Fernanda de Lena (Unicamp). Ambos são ativistas do #VoteLGBT, coletivo responsável pela ação, que desde 2016 desenvolve pesquisas por meio de entrevistas nas paradas do Orgulho LGBT+ em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo. 

O levantamento está estruturado em questionário dividido em 11 etapas, com questões objetivas que tratam de perfil socioeconômico, emprego, trabalho e renda, percepção e impactos do coronavírus na saúde mental e física, acesso à informação e avaliação da atuação dos gestores públicos durante a pandemia. As perguntas abrangem, ainda, a repercussão de variáveis como raça e território.

Interessados em responder ao questionário podem acessá-lo neste site. Assista ao vídeo sobre a pesquisa produzido pela TV UFMG.