PEC que pode criminalizar aborto em todos os casos avança no Congresso
Para colunista, projeto tramita com facilidade devido à baixa representatividade feminina no legislativo
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Fernando Frazão | ABr
Um dia após a aprovação por 18 votos a 1 da chamada "PEC do Cavalo de Troia", começam as reações dos movimentos feministas que consideram o placar como o primeiro passo para criminalizar o aborto em todos os casos no país. A PEC que estabelece que a "a vida começa desde a concepção" foi aprovada na comissão especial da Câmara dos Deputados. O projeto segue agora para o plenário.
No Brasil, o aborto é autorizado em três casos: estupro, gravidez com risco de morte para a mãe e em casos de anencefalia do feto. "A PEC vai abrir caminho para criminalizar o aborto inclusive nessas três condições", lamenta a coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher da UFMG (Nepem), Marlise Matos, na coluna Gênero e Feminismo desta quinta-feira, 9.
Para Marlise, projetos como esse conseguem tramitar com facilidade devido à baixa representatividade feminina no Congresso. "São homens que estão fazendo esse trabalho em benefício próprio e contra as mulheres brasileiras. Representatividade importa! Precisamos eleger mais mulheres nos espaços de poder e decisão se a gente quer que tenhamos a nossa voz lá", afirma.
Coluna veiculada no Jornal UFMG desta quinta-feira, 9 de novembro de 2017.