Permanência de pessoas com deficiência na universidade é desafio
Nova lei de cotas reserva vagas, MEC afirma que universidades têm recursos
![Aline Dacar | UFMG Dois terços dos estudantes universitários já têm origem em famílias com renda média de 1,5 salário mínimo, segundo levantamento da Andifes](https://ufmg.br/thumbor/379M_fc9xeAniW_EhzBc8Vay9pQ=/0x9:2905x1950/712x474/https://ufmg.br/storage/6/b/4/c/6b4c7a9d212aa5d21150be9bc9b5a42c_15169818668272_1150105909.jpg)
A partir deste ano, com a alteração da lei de cotas, todas as universidades federais serão obrigadas a reservar vagas para pessoas com deficiência. A entrada em vigor da legislação coincide com o momento de restrição orçamentária dessas instituições. Cenário que dificulta a realização de obras de acessibilidade, que são necessárias na maior parte das instituições, e também a contratação de mão de obra especializada para atendimento a esse público, como intérpretes de Libras. Outro desafio é desenvolver políticas voltadas à permanência dos estudantes com deficiência em meio aos cortes de verbas destinadas à assistência estudantil.
Quase 25% dos brasileiros, ou seja, um em cada quatro, têm algum tipo de deficiência segundo o Censo do IBGE, mas nas universidades o percentual cai drasticamente. Segundo o último Censo da Educação Superior no Brasil, só 0,5% dos estudantes de graduação são pessoas com deficiência. Isso dá pouco mais que 35 mil matrículas. Como a lei de cotas exige que todos os estudantes devem ser oriundos de escolas públicas, há potencial de que precisem de programas de apoio financeiro. Mas, na contramão à entrada de novos alunos, as verbas destinadas à assistência estudantil caíram em torno de 15%.
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