Pesquisa da UFMG com nanopartículas de ouro é premiada em congresso de toxicologia
Estudo sobre toxicidade do material para rins e fígado é desenvolvido no Instituto de Ciências Biológicas
![Foto: Assessoria de Comunicação do ICB Lidia Andrade e o professor Guilherme Costa, supervisor do projeto de pesquisa](https://ufmg.br/thumbor/G_KC7Sft-g_zGIx8BpI4pZ9zHxs=/0x0:1284x858/712x474/https://ufmg.br/storage/3/a/5/f/3a5fb3c81030889004055ae4aeea0215_16964303420638_1886160416.jpeg)
Um estudo sobre a toxicidade de nanopartículas de ouro para rins e fígado, desenvolvido no Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG, ganhou o prêmio de melhor trabalho, categoria Toxicologia experimental, no Toxi-Latin 2023: 3º Congresso latino-americano de toxicologia ambiental, experimental e nanomateriais, realizado na UFMG, na última semana de setembro.
O estudo testa a segurança terapêutica de nanopartículas de ouro recobertas com medicamentos para o tratamento de tumores de cabeça e de pescoço humanos. Desenvolvido por Lídia Maria Andrade, que faz estágio de pós-doutorado no Laboratório de Biologia Molecular do ICB, o trabalho concorreu, em sua categoria, com outros 116 de instituições brasileiras e estrangeiras.
Lídia destaca que o prêmio abre portas para financiamento de projetos e é fator de valorização em concursos para docência. “E é uma enorme satisfação ver o reconhecimento público do nosso trabalho”, afirmou a pesquisadora, que é dentista, mestre em ciências & técnicas nucleares e doutora em ciências da saúde.
O sucesso do trabalho Biocompatibilidade de nanopartículas de ouro revestidas com cetuximab para aplicações avançadas em teranóstica se deve aos “modelos experimentais utilizados e ao controle de qualidade dos protocolos de síntese e biofuncionalização das nanopartículas de ouro”, na avaliação de Lídia Andrade, que é cofundadora do Nanobiomedical Research Group e membro da Rede Mineira de Nanomedicina Teranóstica, projeto apoiado pela Fapemig. A expressão teranóstico, criada recentemente, refere-se ao uso de determinado material tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento de uma doença.
A etapa da segurança toxicológica do projeto, que é supervisionado pelo professor Guilherme Mattos Jardim Costa, do Departamento de Morfologia, está sendo finalizada. A fase de eficiência terapêutica está em andamento e adiantada, segundo informa a pesquisadora. O projeto passará ainda por mais uma etapa, dessa vez, com a colaboração de pesquisadores dos Estados Unidos. O objetivo é entender em profundidade como essas nanopartículas atuam no tratamento de tumores.
ToxiLatin
O Congresso latino-americano de toxicologia ambiental, experimental e nanomateriais (Toxi-Latin) reúne especialistas de diferentes nacionalidades para debater e apresentar estudos e novas descobertas que contribuam para o avanço do conhecimento dirigido à proteção da saúde humana frente aos riscos ambientais. Em 2023, o tema foi Desafios da toxicologia frente aos riscos ambientais e à saúde humana, e os participantes focaram no desenvolvimento tecnológico e na inovação aplicados às diferentes áreas da toxicologia, dos estudos experimentais à clínica.