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Professora comenta influência da Revolução de 1917 na literatura russa

Em entrevista ao Programa Universo Literário, doutora em literatura e cultura russas avaliou impacto dos clássicos escritos por autores da Rússia na literatura mundial

Dostoiévski, em 1876
Dostoiévski, em 1876 Domínio público

Em novembro de 1917, o mundo começava a presenciar uma das maiores transformações já vistas em um país. A população russa destronou o czar Nicolau II e, sob liderança de Vladimir Lenin, o Partido Bolchevique chegou ao poder. Cinco anos mais tarde, surgiria a União Soviética, que liderou o bloco de países socialistas no mundo, principalmente após a Segunda Guerra Mundial, no período conhecido como Guerra Fria.

A Revolução de 1917 ficou conhecida como Revolução Russa, e seu impacto não se restringiu apenas à política e à economia mundiais, alcançando também a literatura.

“O mais interessante é olhar diacronicamente: o momento da revolução é muito importante, mas também os fatores que levaram à revolução, os escritores, os artistas que viviam antes e que viveram depois e que continuaram a produzir. O interessante é olhar a diversidade de produções dessa época”, afirmou Denise Regina de Sales, doutora em literatura e cultura russas e professora do Instituto de Letras da UFRGS.

Em entrevista ao Programa Universo Literário desta terça-feira, 7 de novembro, a pesquisadora destacou a importância internacional alcançada pelos clássicos russos do século 19, vindos de “uma região até então separada da cultura ocidental em termos de desenvolvimento”.  “Temos grandes clássicos do século 19, como Fiódor Dostoiévski, Liev Tolstói e Anton Tchekhov. Depois, temos também a grandeza da literatura russa do século 20, com este grande período soviético, de 1922 a 1991”, contextualizou.

Segundo Denise de Sales, “os russos acham que nós [ocidentais] não entendemos a literatura russa”. “As adaptações de literatura russa para o cinema, feitas pelos Estados Unidos, são geralmente criticadas e eles sempre fazem suas próprias versões, pois há uma noção da ‘alma russa’, que seria algo intrinsecamente russo e que, no fundo, nós poderíamos ter uma visão apenas superficial, e não profunda. Por outro lado, a grande fama da literatura russa no mundo prova o contrário”, explicou.

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Série Revolução Russa, 100 Anos

Rádio UFMG Educativa veicula, ao longo desta semana, uma série de entrevistas sobre as dimensões histórica, cultural e política do movimento bolchevique. Confira as entrevistas já veiculadas na programação:

Pesquisador avalia impactos da Revolução Russa, que completa 100 anos em 2017