Pesquisa e Inovação

Pesquisadoras do ICB apresentam descoberta que pode trazer avanços no tratamento da dengue

Professora Vivian Costa analisa alta de casos da doença no Brasil e dá detalhes sobre estudo

Docente publicou artigo na revista eLife com a colega Michelle Sugimoto e outros cientistas
Docente publicou artigo na revista eLife com a colega Michelle Sugimoto e outros cientistas Fiocruz/ André Santana

Os casos de dengue continuam em alta no Brasil, segundo boletim epidemiológico publicado pelo Ministério da Saúde nesta segunda-feira, 4. Entre 2 de janeiro e 26 de março foram registrados mais de 250 mil casos suspeitos em todo o país, de acordo com o órgão. O número é 72% maior do que no mesmo período de 2021.

Dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde indicam que, neste ano, Minas Gerais já registrou 62,5% do total de mortes em decorrência da dengue contabilizadas  no estado em todo o ano passado. De 1º de janeiro até o dia 30 de março de 2022, cinco mortes foram confirmadas em território mineiro. Até o dia 24, foram confirmados 118 casos da doença só em Belo Horizonte.

Apesar dos brasileiros conviverem com as consequências da dengue há anos, ainda não há vacina ou tratamento específico para a enfermidade. Já se sabe muito sobre a atuação do vírus dentro do corpo humano, mas muitos aspectos da infecção continuam como uma grande incógnita para os estudiosos da área.

Pensando nisso, um grupo de pesquisa da UFMG se dedica a entender os mecanismos da doença e a investigar novos tratamentos. Em um artigo científico publicado na revista científica internacional eLife e premiado pelo programa Mulheres na Ciência em 2020, as pesquisadoras Vivian Costa e Michelle Sugimoto, do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG (ICB), apresentam um resultado inédito que pode representar avanços na identificação e no tratamento de casos graves da dengue.

Durante o estudo, elas descobriram que humanos e animais infectados com o vírus têm a redução de uma proteína que funciona como um "freio" para a inflamação desencadeada pela doença nos organismos, conhecida como Anexina A1.

Quem falou sobre o aumento dos casos de dengue, os fatores que podem estar associados a isso e também sobre a pesquisa desenvolvida na UFMG, no programa Conexões dessa sexta, 8, foi a professora do Departamento de Morfologia do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade e uma das ganhadoras do prêmio “Para Mulheres na Ciência” de 2020, Vivian Costa. 

Ouça a entrevista completa no Soundcloud.

O artigo Targeting the Annexin A1-FPR2/ALX pathway for host-directed therapy in dengue disease pode ser acessado na íntegra, em inglês, clicando aqui.

Produção: Nicolle Teixeira, sob orientação de Luiza Glória e de Breno Rodrigues 
Publicação: Alessandra Dantas