Em nota técnica, Faculdade de Farmácia recomenda manter tratamento sintomático da Covid-19
Pesquisadores afirmam que resultados do uso da hidroxicloroquina 'parecem animadores', mas tamanho amostral e metodologia de estudos carecem de robustez
Pesquisadores do Centro Colaborador do SUS para Avaliação de Tecnologias e Excelência em Saúde (CCates), da Faculdade de Farmácia da UFMG, divulgaram nota técnica sobre os tratamentos recomendados para a Covid-19.
De acordo com o texto, ainda não é recomendável o uso de qualquer medicamento antiviral, vacina ou tecnologia em saúde para o tratamento de pacientes infectados, pois as "evidências científicas permanecem incipientes".
O documento informa que os resultados com a hidroxicloroquina "parecem animadores", mas ressalta que o tamanho amostral, o tempo de acompanhamento e a robustez da metodologia de estudos são ainda insuficientes para atestar a segurança, eficácia e efetividade dos fármacos estudados. Por isso, o tratamento sintomático e de suporte seguem sendo aconselhados como primeira alternativa, "visando prevenir e mitigar o efeito da pandemia", segundo o texto.
O material, assinado pelos pesquisadores Carolina Fontes Ferreira, Carolina Zampirolli, Lucas Tôrres, Pâmela Azevedo e Tulio Sarmento, e revisado pelos professores Francisco de Assis Acurcio, Juliana Alvares-Teodoro, Augusto Guerra-Junior e Carlos Ernesto Starling, foi elaborado para munir gestores do SUS com informações fundamentadas em evidências científicas.
Os tratamentos em uso no mundo foram apurados mediante busca sistemática nas bases de dados Medline (PubMed), Embase, Lilacs e The Cochrane Library.
Para identificação de possíveis estudos em andamento, previamente registrados e ainda não publicados, os cientistas recorreram aos dados do ClinicalTrials.gov, do Chinese Clinical Trial Registry e do European Union Clinical Trials Register.
Até o momento da publicação, existiam mais de 80 ensaios clínicos em andamento no mundo.