Saúde

Por que tomar a vacina?

Novo episódio do programa ‘Outra estação’, da Rádio UFMG Educativa, ouviu especialistas da UFMG e lista oito motivos para não temer os imunizantes

Todas as vacinas aplicadas no Brasil passaram por testes que garantem segurança
Todas as vacinas aplicadas no Brasil passaram por testes de segurança Pedro Gontijo | Imprensa MG

O número de pessoas que pretendem se vacinar contra o coronavírus no Brasil tem oscilado nos últimos meses. Segundo o Instituto Datafolha, 89% dos brasileiros diziam em agosto do ano passado que tomariam o imunizante, índice que caiu para 73% em dezembro e subiu para 84% no mês de março. Mensagens falsas que circulam nas redes sociais e declarações do presidente Jair Bolsonaro, que minimizam a importância da vacinação ou até mesmo tentam descredibilizar as vacinas, têm ajudado a alimentar a desconfiança em relação aos imunizantes. Mas não há motivos para temer a imunização. O inimigo é o vírus e não a vacina. 

No episódio 65 do programa Outra Estação, a Rádio UFMG Educativa lista, com a ajuda de especialistas da UFMG, oito motivos para tomar a vacina. Foram entrevistados neste programa Ricardo Gazzinelli, professor do Instituto de Ciências Biológicas e coordenador do CTVacinas, Sérgio Costa, professor de Imunologia, Sheila Lachtim, professora do Departamento de Enfermagem Maternoinfantil e Saúde Pública, Flávio Guimarães da Fonseca, professor do Departamento de Microbiologia e presidente da Sociedade Brasileira de Virologia, e Laila Blanck Árabe, mestranda em Fisiologia na UFMG e membro da União Pró-vacina.


Eficácia comprovada
Na primeira parte do programa, especialistas explicam que a eficácia da vacina é cientificamente comprovada por testes rígidos e seguros. O desenvolvimento em tempo recorde das vacinas foi possível porque, diante da urgência da pandemia, governos e indústria farmacêutica fizeram investimentos maciços nas pesquisas. No Brasil, as vacinas passam por várias baterias de testes como forma de garantir sua segurança e a eficácia, e os produtos ainda precisam ser aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Os pesquisadores também destacam que ainda não há nenhum tratamento com eficácia comprovada para a covid-19. Por isso, a vacina é a única forma de nos livrar dessa pandemia. Estudos já demonstraram que medicamentos como a cloroquina, a hidroxicloroquina e a ivermectina não funcionam. Só com a imunização ampla da população será possível a volta à normalidade e a retomada da economia e da vida social sem restrições. 

O uso de imunizantes já livrou a humanidade de outras pandemias ao longo da história. A Organização Mundial de Saúde estima que as vacinas salvam aproximadamente três milhões de pessoas por ano. Sem elas, doenças como sarampo, rubéola, febre amarela e a gripe H1N1 seriam muito mais mortais.

A vacina também pode desafogar o sistema de saúde, evitando formas graves da doença e diminuindo a disseminação da covid-19. Sem ela, a tendência é de colapso dos hospitais, como já ocorreu em localidades como Manaus, no Amazonas. Isso porque nem o sistema de saúde público, nem o particular, têm dado conta de atender à alta demanda de internações por covid-19. O resultado são UTIs e enfermarias superlotadas, o que também compromete o tratamento de pacientes com outras doenças graves, como o câncer, e vítimas de eventos como infarto e AVC. 

Pacto coletivo
Participantes do segundo bloco do programa explicam que, sem a vacina, cresce o risco de múltiplas mutações do vírus, como as que geraram as variantes do Reino Unido, da África do Sul e de Manaus, o que pode fazer a doença se espalhar mais rapidamente e se tornar mais letal. Outro ponto abordado é o fato de que a imunidade proporcionada pela vacina é muito mais segura do que a obtida pela infecção, já que o custo da imunidade coletiva pela transmissão do vírus é extremamente alto: a vida. 

Essa parte do programa explica ainda por que não se pode encarar como individual  a decisão de tomar ou não a vacina. Não tomar a vacina é uma atitude que prejudica a sociedade como um todo e compromete o esforço global para encerrar a pandemia. Se poucas pessoas se vacinarem, o vírus vai continuar circulando, e ninguém estará seguro. 

Por fim, o programa esclarece que não há motivos para temer a vacina, já que os efeitos colaterais só ocorrem em alguns poucos casos e são mínimos. Também são esclarecidas algumas notícias falsas sobre as vacinas, como aquelas que dizem que a imunização altera o DNA ou causa autismo. 

Laila explica no programa como as vacinas agem no nosso corpo
Laila Blanck Árabe explica no programa como as vacinas agem no nosso corpo Arquivo pessoal

Para saber mais

Site do projeto Our world in data, da Universidade de Oxford, com dados sobre a vacinação pelo mundo
Site da Secretaria de Saúde de Minas Gerais, com informações sobre aplicação da vacina no estado
União Pró-vacina
Todos pelas Vacinas
CT Vacinas
Site do Instituto Butantan, com informações sobre a Coronavac
Site da Fiocruz, com informações sobre as vacinas

Produção
O episódio 65 do programa Outra estação é apresentado por Alicianne Gonçalves. A produção é de Alicianne Gonçalves, Paula Alkmim e Breno Benevides. Os trabalhos técnicos são de Breno Rodrigues. A coordenação de jornalismo é de Paula Alkmim. 

Na sua segunda temporada, o Outra estação vai ao ar às quintas, de quinze em quinze dias, às 18h, com reprise às sextas, às 7h. Em cada episódio, o programa aborda um tema de interesse social. Todos os programas estão disponíveis nos aplicativos de podcast, como o Spotify.