Pós-graduação vai propor modelo de trabalho transdisciplinar
UFMG e instituições estrangeiras indicarão espaços temáticos para ampliar colaboração
Pesquisadores e gestores da UFMG e de 33 universidades estrangeiras, oriundos de 17 países, estarão reunidos na próxima semana, no campus Pampulha, para discutir a atuação conjunta em atividades de internacionalização da pós-graduação, numa perspectiva transdisciplinar e transversal.
A intenção é definir campos de interação em quatro grandes temas nos quais a UFMG tem expertise consolidada e capacidade instalada para responder a desafios contemporâneos, socialmente relevantes e alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas: Sustentabilidade, manejo e governança; Novas tecnologias e fronteiras da ciência; Saúde e bem-estar; Direitos humanos.
Aberto aos integrantes de todos os programas de pós-graduação da Universidade, o Prospect seminar on partnership building towards strongerengagement in international collaboration (Construindo parcerias para o fortalecimento de cooperações internacionais) marcará o início de uma iniciativa voltada para o fortalecimento institucional da internacionalização da pós-graduação.
O evento terá início nesta segunda-feira, 19, às 9h, no auditório da Reitoria. A programação prossegue até sexta-fera, 23, no Centro de Atividades Didáticas de Ciências Exatas (CAD 3), com mesas-redondas, apresentações, palestras, sessões de match-making e sessões plenárias para discussão de propostas de projetos institucionais.
“Pedimos aos convidados de instituições estrangeiras que identificassem em que espaços temáticos gostariam de interagir com a UFMG, com o intuito de estabelecer sinergias”, explica o professor Fábio Alves, pró-reitor de pós-graduação. Os quatro temas, definidos por grupo de trabalho da Universidade, são pilares interligados a 28 eixos horizontais que envolvem os 57 programas de pós-graduação da UFMG que participam do Programa Institucional de Internacionalização da Pós-graduação lançado pela Capes. Durante os quatro anos de duração do programa, a agência de fomento investirá R$ 300 milhões por ano em 36 instituições, entre as quais a UFMG.
Novo desenho
O seminário foi precedido de reunião com 28 pesquisadores, que atuarão como articuladores e multiplicadores de informação junto aos seus próprios espaços temáticos, com vistas ao desenvolvimento do projeto institucional de internacionalização da pós-graduação. Essa articulação é fundamental na perspectiva transversal que passa a ser adotada. “Queremos que a produção de conhecimento na pós-graduação passe a se dar também nesses eixos temáticos e não apenas no eixo disciplinar dos programas de pós-graduação, que naturalmente continuarão com outras ações”, afirma Fábio Alves.
No novo desenho, a UFMG vai explicitar qual a construção de conhecimento que faz em determinados temas, em pesquisas distribuídas por vários programas de pós-graduação e abertas à interação com instituições de outros países. “No eixo temático envelhecimento, por exemplo, temos contribuições de programas de saúde, música, esporte e física”, comenta o pró-reitor. “É algo que a UFMG nunca fez. Trabalhávamos nos eixos disciplinares de cada programa, às vezes com alguma articulação, mas agora esse nível de articulações vai crescer dentro e fora da Instituição”, explica Fábio Alves, lembrando que a colaboração internacional não se restringe às universidades com as quais a UFMG já tem convênios firmados atualmente.
O objetivo central desse novo projeto é criar uma cultura de internacionalização da pós-graduação por meio de um enfoque transversal que permita a grupos de programas envidarem esforços conjuntos para impulsionar iniciativas entre programas com notas diferenciadas, trabalhando em temas estratégicos de caráter interdisciplinar. Em médio prazo, espera-se que os grupos de pesquisa da UFMG, em conjunto com as instituições estrangeiras que se tornarem parceiras da iniciativa, “formarão agrupamentos internacionais de excelência com impacto na produção de conhecimento e na visibilidade da UFMG como uma universidade reconhecida internacionalmente”.
Neste novo cenário, a UFMG passa a conduzir todo o seu processo de internacionalização, tanto de dentro para fora, quanto de fora para dentro. Antes, os pedidos de bolsa eram realizados diretamente na Capes, individualmente ou por grupos de pesquisa. A partir de agora, é a própria instituição que passa a gerenciar a distribuição das bolsas com base em editais internos.
O projeto vai financiar auxílio para bolsas no exterior (doutorado sanduíche, professor visitante júnior e sênior) e bolsas no Brasil (professor visitante sênior estrangeiro, jovem talento e pós-doutorado com experiência no exterior).