Institucional

Kalil e secretários visitam CTVacinas, sede das pesquisas da SpiN-TEC

Estudos da vacina contra a covid-19 contam com suporte financeiro da PBH

Kalil, Jackson Machado, Ricardo Gazzinelli e Sandra Goulart em um dos laboratórios do CT-Vacinas
Kalil, Jackson Machado, Ricardo Gazzinelli e Sandra Goulart em um dos laboratórios do CTVacinas Reprodução | TV UFMG

O CTVacinas da UFMG, sede das pesquisas da vacina SpiN-TEC contra a covid-19, recebeu nesta quinta-feira, dia 5, a visita do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, e de três secretários municipais – Jackson Machado Pinto, da Saúde, João Antônio Fleury Teixeira, da Fazenda, e Ângela Dalben, da Educação. A Prefeitura de Belo Horizonte vai liberar, até o fim do ano, R$ 30 milhões para a continuidade dos estudos da vacina, que é desenvolvida em parceria com a Fiocruz Minas.

“É motivo de orgulho ter na cidade que eu governo um grande centro de cérebros, como o do CTVacinas”, disse o prefeito, após conhecer as suas instalações, localizadas no Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC), na região da Pampulha.

Em sua fala, Kalil defendeu mais investimentos em saúde – “saúde é dinheiro, custa caro” – e disse que a viabilidade da vacina depende da união de esforços da Prefeitura, da bancada federal no Congresso, do governo de Minas e do próprio governo federal, que “deve assumir o protagonismo do processo”. Em relação ao imunizante da UFMG, o prefeito disse alimentar uma “grande esperança de que a vacina ponha Belo Horizonte e Minas Gerais na ponta da vacinação no país”.

Kalil foi recebido pela reitora Sandra Regina Goulart Almeida, que voltou a agradecer ao prefeito por auxiliar a UFMG em uma hora difícil, em que havia uma incerteza em relação à continuidade dos estudos, e ao grupo de pesquisadores do CTVacinas, que “trabalha incansavelmente” na empreitada desde o ano passado. Segundo ela, o projeto conta com suporte financeiro de primeira hora do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e agregou apoios nos últimos meses do governo de Minas e de parlamentares estaduais e federais.

A parceria com o MCTI e o governo de Minas, destacou a reitora, também alcançará outra frente, a transformação do CTVacinas em um centro nacional de vacinas, com recursos que totalizam R$ 80 milhões. Ele será construído em terreno de 4.400 metros quadrados no próprio BH-TEC. Já no bairro Jardim Montanhês, na região Noroeste da capital, a UFMG espera erguer um centro clínico de testagem de vacinas em terreno cedido pela PBH.

Sandra Goulart:
Sandra Goulart: trabalho incansávelReprodução | TV UFMG

Os professores Ricardo Gazzinelli, Ana Paula Fernandes e Flávio Guimarães da Fonseca, que lideram os estudos juntamente com a professora Santuza Teixeira, também recepcionaram a comitiva do prefeito. Gazzinelli, que também é pesquisador da Fiocruz, destacou que o grupo concluiu uma etapa importante do processo de desenvolvimento do imunizante – a prova de conceito e o protótipo da vacina – e aguarda a avaliação da Anvisa para iniciar os testes clínicos (fases 1 e 2 em humanos).

O professor Gazzinelli também analisou a expansão do CTVacinas. “Teremos melhores condições de desenvolver imunizantes para combater outras pandemias e contra doenças negligenciadas”, destacou.

Segunda geração
Na última sexta-feira, dia 30, a UFMG protocolou na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pedido de autorização para realização de testes clínicos em humanos (fases 1 e 2) da SpiN-TEC. O imunizante desenvolvido pela UFMG e pela Fiocruz Minas é uma vacina de segunda geração baseada em uma proteína recombinante. Nos ensaios pré-clínicos em animais, ela gerou anticorpos e proporcionou 100% de proteção contra a infecção pelo Sars-CoV-2. Também foi testada com uma variante, e o resultado foi semelhante ao apresentado com a linhagem original do coronavírus.

Versátil, a SpiN-TEC, de administração intramuscular em duas doses, é considerada fácil de ser produzida. A pesquisa que deu origem a ela baseou-se na modificação genética da bactéria E.coli, que recebeu pedaços do genoma do Sars-CoV-2 para que fosse possível produzir as proteínas S e N do coronavírus. Depois de purificada, a "quimera" é injetada no corpo humano e induz à resposta imune.

A TV UFMG também acompanhou a visita da comitiva da PBH ao CTVacinas.