Extensão

Professor da FaE vai abordar papel da religiosidade na afirmação de jovens da periferia

Heli Sabino fará palestra durante Festival de Verão

Detalhe da identidade visual do 11º Festival de Verão da UFMG
Detalhe da identidade visual do 11º Festival de Verão da UFMG Cria UFMG

Mais que ambientes para o desenvolvimento da espiritualidade, as comunidades religiosas pentecostais e neopentecostais têm funcionado como espaços de afirmação para os jovens de periferia. A constatação, fruto de pesquisas do professor Heli Sabino Oliveira, da Faculdade de Educação (FaE), é um dos aspectos que serão apresentados na palestra Periferia, culturas e religiosidades, no dia 23 de fevereiro, no Conservatório UFMG. A atividade integra a programação da 11ª edição do Festival de Verão da UFMG.

“É estreita a relação entre a inserção dos jovens nos grupos religiosos e a falta de oportunidades de arte e lazer nas áreas periféricas. Nos templos e outros espaços de convivência dessas crenças, rapazes e moças conquistam visibilidade”, comenta o professor, mestre e doutor em Educação pela própria FaE, que atuou em escolas de educação básica durante quase duas décadas.

Heli Sabino propõe pensar “periferia” como conceito relacional e não apenas como espaço geográfico. Como escreveu em artigo recente, é um conceito “marcado por relações sociais de poder, que busca escamotear sua estrita ligação com ‘centro’. Nesse enfoque, a periferia não é pensada como conceito fixo, definido por cartografias e coordenadas geográficas, mas como conceito móvel, em permanente articulação com relações sociais de poder”.

Ele lembra, a propósito, que, no caso de Belo Horizonte, os condomínios de Nova Lima, embora distantes do centro, não são considerados parte da periferia; por outro lado, o Aglomerado da Serra, tão próximo à região central, é visto como território periférico.

“A imagem negativa dessas áreas, sempre associadas ao tráfico e ao uso de drogas, violência, degradação ambiental e transporte coletivo precário, entre outros aspectos, também é atribuída aos sujeitos. Um dos desdobramentos dessa situação é o agravamento de preconceitos. Por isso, é preciso desconstruir essa imagem, e um dos caminhos é a inversão de prioridades para os investimentos do poder público”, defende Heli Sabino.

Palestra: Periferia, culturas e religiosidades
Dia 23/2, quinta-feira, das 10h às 12h
Miniauditório do Conservatório UFMG
Entrada franca, limitada à capacidade do espaço