Saúde

Professor da UFMG aborda os benefícios da dexametasona para o tratamento da Covid-19

Estudo inglês indica redução da mortalidade em pacientes graves

Pesquisadores da Universidade de Oxford, na Inglaterra, descobriram que o corticosteroide dexametasona é capaz de reduzir o número de mortes por Covid-19 em pacientes nos estágios moderado e grave da doença. O estudo faz parte do ensaio clínico Recovery, que visa identificar potenciais tratamentos para pessoas hospitalizadas com suspeita ou confirmação de infecção pelo Sars-CoV-2. Considerando os resultados, a Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu o aumento da produção mundial de dexametasona para o enfrentamento da pandemia.

Segundo a pesquisa, o medicamento não atua diretamente no combate ao coronavírus, mas na diminuição da resposta inflamatória decorrente da atividade imunológica frente ao patógeno. No caso da Covid-19, o fenômeno conhecido como tempestade de citocinas é causado pelo aumento de células inflamatórias no pulmão e pode ser fatal. Como medicamento imunossupressor, a dexametasona é capaz de atenuar a resposta inflamatória no organismo, de forma a melhorar o quadro clínico dos pacientes internados em estágio moderado ou grave.

Os dados do ensaio mostram que o uso da dexametasona provocou redução de mortalidade de 33,3% nos pacientes com Covid-19 em ventilação mecânica e de 20% nos pacientes que necessitavam de oxigênio e não estavam em ventilação mecânica.

Em vídeo enviado à TV UFMG, o professor Vandack Nobre, do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina, fala sobre a importância da descoberta para o atual cenário de pandemia e os riscos de utilizar o medicamento sem a devida orientação médica. 


Ficha técnica: Artur Horta (produção), Otávio Zonatto (edição de imagens) e Renata Valentim (edição de conteúdo)