A música Língua, de Caetano Veloso, diz assim: "Se você tem uma ideia incrível, é melhor fazer uma canção. Está provado que só é possível filosofar em alemão”. É evidente que o verso é irônico, mas talvez seja sugestivo pensar na ausência de uma filosofia nacional. O suposto apagamento da obra de Álvaro Vieira Pinto pode ser visto como uma das evidências desse fenômeno.

Nascido em Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, em 11 de novembro de 1909, Álvaro Vieira Pinto foi filósofo e tradutor. Um caso exemplar de intelectual engajado, integrou o time de pensadores do Instituto Superior de Estudos Brasileiros (Iseb), que tinha o objetivo de produzir a emancipação econômica brasileira. 

O livre desenvolvimento nacional sonhado no século 20 até hoje não se realizou. No entanto, o legado do filósofo vem sendo resgatado e um dos nomes que está à frente dessa iniciativa é Rodrigo Freese Gonzatto, professor do curso de design digital na Escola de Arquitetura e Design da PUCPR e cofundador da Rede Álvaro Vieira Pinto. 

Nesta sexta-feira, 10, o programa Noite Ilustrada recebeu Rodrigo Gonzatto, para um bate-papo com o apresentador Luiz Fernando Freitas, sobre o filósofo Álvaro Vieira Pinto e seu legado para o pensamento nacional. Segundo Gonzatto, Vieira Pinto era um verdadeiro polímata. "Foi um intelectual brasileiro que produziu trabalhos em várias áreas: filosofia, educação, demografia, desenvolvimento tecnológico, cibernética. Foi um intelectual muito influente em certo período, ali na década de 60", afirmou.

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