PRPG adaptou rotinas de defesas e processos seletivos ao trabalho remoto
Ritmo de atividades a distância na Pró-reitoria de Pós-graduação manteve-se próximo ao presencial
Durante o período em que a UFMG mantém suspensas as suas atividades presenciais, a Pró-reitoria de Pós-graduação (PRPG) precisou reorganizar a rotina de defesas de dissertações de mestrado e teses de doutorado, além de interromper os processos seletivos presenciais para os programas de pós-graduação.
O professor Fabio Alves, pró-reitor de Pós-graduação, explica que as ações da PRPG foram fundamentadas nas diretrizes estabelecidas pela Portaria 1819, de 18 de março de 2020, publicada pela Reitoria, e em consonância com as orientações do Comitê Permanente de Acompanhamento das Ações de Prevenção e Enfrentamento da Covid-19 da UFMG.
“A Câmara de Pós-graduação suspendeu as defesas presenciais de mestrado e doutorado, assim como os exames de qualificação. Essas sessões podem ser adiadas ou ocorrer por videoconferência, conforme o interesse dos orientadores e pós-graduandos e com anuência escrita de todas as partes envolvidas”, informa Fabio Alves.
Segundo o professor, a mesma instância também deliberou sobre a realização de processos seletivos no âmbito da pós-graduação da UFMG, suspendendo todos os exames presenciais enquanto perdurar a crise de saúde pública causada pela Covid-19. “Os processos seletivos em curso poderão ser retificados para ocorrer remotamente, mediante pedido dos coordenadores dos programas. Mas novos processos seletivos somente serão autorizados na modalidade a distância”, esclarece o pró-reitor.
Fabio Alves lembra ainda que a realização de atividades não presenciais no limite de 20% da carga horária, respaldada pelo projeto pedagógico das disciplinas, foi autorizada por meio de ofício circular datado de 20 de março passado.
Empenho
De acordo com Fabio Alves, o trabalho remoto no âmbito da PRPG ocorre normalmente com o uso de e-mail, aplicativos de mensagens e telefonemas. As reuniões da equipe, virtuais, são viabilizadas por plataformas como o Zoom e o Mconf. “Toda a equipe técnico-administrativa empenhou-se para migrar para o trabalho remoto com agilidade e eficiência. As principais dificuldades operacionais foram superadas, e estamos trabalhando em ritmo muito próximo daquele que tínhamos presencialmente”, afirma o professor.
O aprendizado sobre o uso de ferramentas tecnológicas, como no apoio às atividades de pós-graduação, significativamente demandadas no contexto da pandemia, é, em sua opinião, uma das lições que podem resultar de todo esse processo. "A suspensão de atividades presenciais nos impôs o desafio de adaptação a alguns instrumentos que podem tornar ainda mais produtivas as atividades de pós-graduação, sejam elas administrativas ou didáticas, presenciais ou a distância", avalia o pró-reitor.
Na opinião de Fabio Alves, a UFMG tem sido bem-sucedida em seu compromisso social de enfrentamento da Covid-19. “No âmbito da pós-graduação, vários programas se candidataram aos editais de ações emergenciais lançados pela Capes e têm-se engajado vigorosamente em projetos de pesquisa com impacto direto no combate à pandemia”, lembra.
Uma frente interna de combate ao coronavírus foi aberta em articulação com a Pró-reitoria de Extensão (Proex): foi lançado, em abril, edital que prevê a concessão de bolsas a estudantes de mestrado e doutorado e a graduandos que participam de atividades de extensão vinculadas a programas de pós-graduação. O edital dá prioridade a ações relacionadas ao enfrentamento da pandemia.
Fabio Alves ressalta o caráter inovador, mesmo em âmbito nacional, do edital, que marca “o início de um diálogo profícuo entre os dois setores, no sentido da valorização da relevância e do alcance social do conhecimento”. Ele acredita que o envolvimento com atividades de extensão “terá papel fundamental no percurso formativo dos pós-graduandos, contribuindo para que se tornem docentes mais engajados socialmente”.
Medidas da Capes
Desde o mês de março, a UFMG trabalha com o objetivo de tentar reverter as determinações das portarias da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), vinculada ao Ministério da Educação, que estabelecem novos critérios para concessão de bolsas para os programas de pós-graduação das universidades brasileiras. No entendimento da UFMG, a reconfiguração dos parâmetros de distribuição não faz jus ao potencial da Universidade.
“A PRPG tem acompanhado com muita atenção o impacto negativo das portarias da Capes, com decorrente corte de bolsas de estudo”, afirma o pró-reitor. Segundo ele, a reitora Sandra Regina Goulart Almeida enviou ofício à Presidência da Capes externando a preocupação da Universidade. A PRPG, por sua vez, encaminhou ofício de teor semelhante à Diretoria de Bolsas e Programas (DBP) da Capes. “Recentemente, enviamos à própria DBP ofícios separados, com relatos do impacto dos cortes de bolsas para cada programa, contextualizando a situação deles nas respectivas áreas de avaliação. É um quadro de grave instabilidade, mas ainda não recebemos retorno da Capes”, afirma Fabio Alves.
[Esta é a segunda matéria da série sobre as ações desenvolvidas por pró-reitorias e diretorias em meio à suspensão das atividades presenciais provocada pela pandemia do coronavírus. Nos próximos dias, serão focalizadas as pró-reitorias de Extensão, Graduação, de Assuntos Estudantis, Planejamento, Administração e Recursos Humanos, além da Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica e as diretorias de Ação Cultural e Relações Internacionais. A série foi aberta com um relato das atividades da Pró-reitoria de Pesquisa.]