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Professor do CCEFET-MG discute em livro o conceito de "Racismo Estético"

"Racismo Estético: Decolonizando os corpos negros", de João Paulo Xavier, é resultado de pesquisas do Grupo de Estudos Críticos para Relações Étnico-Raciais do CEFET-MG campus Timóteo

Obra é resultado de pesquisa realizada pelo Grupo de Estudos Críticos para Relações Étnico-Raciais (GECRE), do CEFET-MG campus Timóteo.
Obra é resultado de pesquisa realizada pelo Grupo de Estudos Críticos para Relações Étnico-Raciais (GECRE), do CEFET-MG campus Timóteo. Capa do livro "Racismo Estético: Decolonizando os corpos negros"

Você sabe o que é o racismo estético? Além da exclusão e silenciamento das pessoas negras no Brasil desde a escravidão, e que reverbera até hoje em todos os âmbitos da sociedade, os traços físicos e expressões artísticas e culturais também são motivos de desumanização, destruição e negação da população negra. Sejam ofensas em relação ao nariz, boca, estrutura óssea ou cabelos, obras de arte e outras manifestações: esse tipo de discriminação é Racismo Estético

João Paulo Xavier, doutor em Estudos de Linguagem, ex-aluno da UFMG e professor do Departamento de Formação Geral do CEFET-MG campus Timóeto, é autor do livro Racismo Estético: Decolonizando os corpos negros e fala desse assunto. A obra é resultado de um estudo realizado pelo Grupo de Estudos Críticos para Relações Étnico-Raciais (GECRE),  e foi feita por meio de pesquisas abordando percepções sobre ser negro na sociedade e ter sua identidade negada. "Curiosamente, as expressões estéticas, a beleza e a arte passaram a ser discutidas por um grupo que dominava e escravizava outro grupo. A branquitude europeia escravocrata cerceou a liberdade das pessoas negras e tentou anular a sua humanidade para justificar a sua escravização", explica João Paulo Xavier, que complementa dizendo que não seria nenhuma surpresa que, ao discutir o que é belo, o que é artístico, a beleza e a arte de pessoas negras fossem rejeitadas, assim como a cultura. Esses foram alguns dos pontos de partida para a criação do livro. 

Autor do livro
João Paulo Xavier, doutor em Estudos de Linguagem, ex-aluno da UFMG e professor do Departamento de Formação Geral do CEFET. Autor do livro "Racismo Estético: Decolonizando os corpos negros"

A ideia do livro surgiu a partir de um ato de racismo no qual um professor chamou um estudante de "cabelo de bombril". O caso ocorreu dentro de uma sala de aula, na faculdade. A partir disso, mais de uma centena de pessoas enviaram relatos autobiográficos de ataques aos traços físicos e outras expressões estéticas. "Eu denuncio o racismo estético não para criar um termo apenas. É porque quando nós nomeamos o crime, nós conseguimos combatê-lo. O livro surge nesse desejo de mudar essa situação. As pessoas negras muitas vezes não sabe por que alisam o cabelo, os homens não sabem porque raspam a cabeça", destaca o professor. Ainda segundo o professor, o livro nasce em um contexto acadêmico, mas é acessível para todos os públicos.

João Paulo Xavier participou do programa Conexões, explicou sobre o livro, contextualizou historicamente o racismo estético e temas relacionados. 

Ouça a conversa Luíza Glória.

O livro Racismo Estético: Decolonizando os corpos negros está a venda em formato digital e pode ser adquirido aqui. Para saber mais mais sobre a atuação do Grupo de Estudos Críticos para Relações Étnico-Raciais, clique aqui

Produção: Arthur Bugre e Luiza Glória
Publicação: Isadora Oliveira e Jaiane Souza