Reformulado, jornalismo da Rádio UFMG Educativa estreia novos programas
Emissora também passa a distribuir conteúdos em aplicativos de podcast
Depois de um período de pausa para reformulação, o jornalismo da Rádio UFMG Educativa voltará ao ar a partir desta segunda-feira, 12 de agosto, com novos programas e disponibilização de conteúdos em aplicativos de podcast. Uma das novidades é o Outra estação, que investigará, semanalmente, um tema de interesse da sociedade, buscando dados e conversando com pessoas que ajudem a cobrir o assunto.
“A UFMG Educativa tem papel importante na produção da reportagem radiofônica em Belo Horizonte. Quando entrou no ar, em 2005, a emissora reintroduziu a prática da reportagem jornalística no rádio, investindo em formatos inovadores e na produção e abordagem de qualidade e aprofundada. Agora, é o momento de nos rendermos à produção de conteúdo sonoro para aplicativos de podcast. Afinal, os hábitos de consumo de informação foram inteiramente transformados com a convergência das mídias”, explica a professora Maria Céres Spínola Castro, diretora do Centro de Comunicação da UFMG, ao qual a rádio está vinculada.
Com aproximadamente meia hora de duração, o programa tratará de questões como ciência, educação, política, economia, meio ambiente e urbanismo, sempre trazendo uma abordagem crítica e contextualizada. Outra estação vai ao ar nas quintas-feiras, às 18h, com reprises nas sextas, às 7h30.
O programa de estreia será na quinta-feira, 15, e o tema são os 50 anos do Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG e sua relação com a cidade de Belo Horizonte. Outra edição já planejada para o mês de agosto será sobre os 20 anos da Plataforma Lattes. O programa abordará a importância da ferramenta e discutirá o seu futuro diante das mudanças tecnológicas e cortes de gastos na ciência.
“Em um cenário em que já consumimos informação o tempo todo na internet, de forma muito rápida, por meio, sobretudo, de redes sociais, o jornalismo da UFMG Educativa volta-se para uma proposta de jornalismo de profundidade. A ideia do Outra estação é trabalhar com temas atuais, mas buscando sempre abordagens que possibilitem ao ouvinte entender melhor o assunto em questão e refletir sobre ele”, explica a coordenadora de jornalismo da Rádio UFMG Educativa, Paula Alkmim.
“Esse é nosso papel, o papel de uma mídia que faz parte de uma instituição de ensino superior pública. Precisamos buscar promover o debate sobre temas que impactam a vida de todos nós. Faz parte do compromisso da Universidade, faz parte do compromisso da UFMG Educativa”, completa Maria Céres.
Mais espaço para a ciência
Divulgar as teses e dissertações desenvolvidas na UFMG é o objetivo do programa Aqui tem ciência, que abrangerá estudos de todas as áreas do conhecimento. Toda semana a equipe de reportagem da Rádio conversará com um pesquisador sobre o trabalho desenvolvido por ele. A proposta é dar visibilidade às produções acadêmicas da Universidade e mostrar como a ciência é importante para melhorar a vida. O programa vai ao ar nas segundas, às 11h, com reprise nas quartas, às 14h30, e nas sextas, às 20h.
O primeiro programa, que vai ao ar nesta segunda, 12, aborda uma pesquisa desenvolvida no Programa de Pós-graduação em Saúde Pública da UFMG. A tese da pesquisadora Maria Angélica de Salles Dias analisou o impacto do programa Vila Viva para a redução da mortalidade por homicídios nas áreas vulneráveis de Belo Horizonte. Dispositivo que promete armazenar mais conteúdo por mais tempo, o cinema indiano de Bollywood e identificação étnico-racial serão outros temas abordados em breve.
Agora também nos aplicativos de podcast
Os programas Outra estação e Aqui tem ciência também ficarão disponíveis nos principais aplicativos de podcast. A disponibilização do conteúdo em podcast permite que ele possa ser ouvido sob demanda, de acordo com a disponibilidade de horário e a vontade do usuário, sem ficar preso à grade da programação da rádio.
“Pesquisa recente divulgada pelo Ibope mostrou que quatro em cada 10 brasileiros já ouviram podcast no Brasil, e esse número vem crescendo ano após ano. O rádio tradicional continua ocupando espaço importante no jornalismo, mas essa nova forma de consumo de áudio também precisa ser levada em conta. É uma ferramenta muito potente para a divulgação da ciência, por exemplo. Por isso, a UFMG Educativa não pode ficar de fora", afirma Paula Alkmim.
Parada estratégica
A retirada do jornalismo do ar durante um breve período para a reestruturação foi necessária para que equipe de profissionais e estagiários pudesse se dedicar integralmente à pesquisa e à formatação dos novos programas.
Para a estudante do quarto período do curso de jornalismo da UFMG Gabriela Dias, participar da reformulação foi muito positivo: “Foi um período de muita troca de conhecimento entre os colegas, estudantes e profissionais. Senti que tive minha voz ouvida nas sugestões que dei. Foi, de fato, um trabalho em equipe. Uma forma de colocar em prática coisas que a gente aprende no curso”.
A estudante de jornalismo Larissa Reis está no 5º período e também avalia que o momento foi de intensa troca de experiências. Ela destaca que gostou principalmente do contato que teve com outras mídias e formas de linguagem: "Foi um momento de abertura para trabalharmos com textos que não seguem necessariamente um padrão de reportagem, mas que podem ser mais experimentais. E além da questão do rádio, fizemos um trabalho de pensar no portal, no podcast, nas redes sociais, em vídeos e imagens".
A reformulação é fruto de discussões e mudanças que vêm sendo feitas no Centro de Comunicação (Cedecom) da UFMG, unidade à qual a rádio e as demais mídias institucionais da Universidade estão vinculadas. Desde 2017, as reformulações têm sido debatidas com a comunidade, por meio da realização de duas edições do Colóquio Universidade e Comunicação Pública: a primeira dedicada às mídias sonoras, e a segunda, à produção textual jornalística no ambiente institucional. Entre as mudanças ocorridas nos últimos anos destacam-se a estreia do novo Portal da UFMG e a reestruturação da TV UFMG, núcleo hoje responsável por produções audiovisuais em múltiplas plataformas.
Com a estreia dos novos programas jornalísticos da emissora, a programação musical da Rádio UFMG Educativa sofrerá alterações na faixa de horário das 18h. O programa Conversa afinada, comandado por Sandra Leão, que ia ao ar às terças, passa a ser veiculado na segunda-feira. Já o Quebrando tudo, do professor Seme Gebara, que ocupava esse horário às quintas, passa a ser veiculado às terças. Outra mudança é na veiculação da coluna que traz destaques do Boletim UFMG, que passa a ir ao ar às segundas, 10h.
A Rádio UFMG Educativa já ganhou 33 prêmios, entre eles o Délio Rocha, do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais, o Prêmio Nacional Jornalista Abdias Nascimento e o Sebrae-Minas, além de quatro menções honrosas. A Rádio UFMG Educativa pode ser ouvida na frequência 104,5 FM ou pela internet.