Arte e Cultura

Restauração da obra-prima de Mestre Ataíde é tema de palestra na OAP

Beatriz Coelho, emérita da EBA, conduziu o processo, no Cecor, na década de 1980

'Anjos músicos', detalhe da Assunção de Nossa Senhora,  na Igreja de São Francisco, em Ouro Preto
'Anjos músicos', detalhe da Assunção de Nossa Senhora, na Igreja de São Francisco, em Ouro Preto Domínio público

A restauração da pintura de Manuel da Costa Ataíde no teto da Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto, será tema da próxima palestra promovida pela Organização de Aposentados e Pensionistas (OAP) da UFMG, na série Café com cultura. A cargo da professora Beatriz Coelho, emérita da Escola de Belas Artes (EBA), a apresentação está agendada para esta quinta-feira, 21, a partir das 16h, na sede da Organização (segundo andar da Praça de Serviços).

Na palestra ilustrada, Beatriz Coelho vai oferecer um panorama do processo de restauro da pintura de Mestre Ataíde, conduzido por ela de 1985 a 1988, no Centro de Conservação e Restauração de Bens Culturais (Cecor), da EBA. A pintura é tida como a obra-prima do artista natural de Mariana.

Para a professora, a obra de cerca de 300 metros quadrados é também a mais importante pintura de teto feita no Brasil. Ela lembra que o trabalho, realizado de 1801 a 1812, estava se perdendo devido não apenas à ação do tempo, mas também em razão de infiltrações no teto da igreja. "Quando chegamos lá, as pessoas relatavam ver pedaços da pintura se desprendendo e caindo ao chão, e uma obra de tamanha importância não podia ser negligenciada", comenta Beatriz Coelho.

O evento também abrigará a exposição Nó da madeira, de Luiz Carlos Dubal. O escultor se vale de técnicas artesanais e tradicionais de marcenaria para produzir objetos únicos. De forma sustentável, ele utiliza madeira na criação de vasos torneados, bowls, cepos e outros objetos, reaproveitando materiais de demolição e podas de árvores da cidade de Belo Horizonte.

A palestrante

Também aposentada da Escola Guignard, Beatriz Coelho idealizou o Cecor, do qual foi diretora, e coordenou o curso de especialização em Conservação e Restauração de Bens Culturais Móveis. Participou ainda da elaboração do curso de mestrado em Artes Visuais da EBA.

A participação no evento, coordenado pela professora da EBA Maria Amélia Palhares, é gratuita e aberta ao público.