Com o livro A razão dos centavos — Crise urbana, vida democrática e as revoltas de 2013, o professor Roberto Rolim Andrés, do Departamento de Projetos da Escola de Arquitetura, é semifinalista do prêmio Jabuti Acadêmico, promovido pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), no eixo Prêmios Especiais / Divulgação Científica.

A obra retrata as chamadas Jornadas de Junho, em 2013, que começaram com um protesto contra o aumento nas tarifas do transporte público e rapidamente se transformou em uma onda de manifestações massivas, reunindo variadas vozes e reivindicações.

“Foi necessária uma longa pesquisa para produzir o livro. Trabalhei durante mais de cinco anos sobre essa temática que continua muito atual no Brasil: como a questão da mobilidade urbana afeta a vida das pessoas e como isso é afetado pela política”, relata o autor.

Os cinco finalistas serão anunciados na próxima quinta-feira, 18 de julho, às 12h. A cerimônia de entrega da premiação será realizada no dia 6 de agosto, em São Paulo, com transmissão pelo canal da CBL no Youtube.

Imersão
A narrativa proposta por Roberto Andrés começa com a compreensão dos eventos que precederam ou desencadearam as manifestações de junho 2013, incluindo um resgate de revoltas populares ocorridas décadas antes, também relacionadas ao transporte coletivo, além dos movimentos anticorrupção e as políticas urbanas dos governos petistas.

Na segunda parte, o autor reconstitui as irrupções dos protestos em várias capitais, abordando o episódio partir de sua participação ativa. No terceiro e último fractal, o autor reporta a instauração de um experimento de vida democrática, em que as lutas se expandiram para setores de trabalhadores, resultando em uma profusão de ocupações urbanas em todo o Brasil.

O livro está disponível para compra no formato impresso e na versão digital.

O prêmio
Em 2024, o tradicional Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro (CBL), reconhecerá, pela primeira vez, a produção técnica e científica nacional por meio do Prêmio Jabuti Acadêmico.

Com dois eixos principais e 29 categorias, o Prêmio, apoiado pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e pela Academia Brasileira de Ciências (ABC), contempla a diversidade de áreas do conhecimento, baseada na tradicional estrutura adotada pela Coordenação de Pessoal de Nível Superior (Capes) e na própria experiência de 65 anos do Prêmio Jabuti.

No eixo Ciência e Cultura, 27 categorias serão avaliadas com base nos critérios de relevância, inovação e potencial de impacto sobre diferentes pessoas, países e políticas públicas. No eixo Prêmios Especiais, serão contempladas obras de divulgação científica e ilustração.

Integrante do Conselho Curador desta primeira edição, a professora da Escola de Engenharia da UFMG Virgínia Sampaio Teixeira Ciminelli destacou, em matéria publicada no Portal da UFMG no último mês de fevereiro, que a premiação de trabalhos na área de divulgação científica é “uma feliz inclusão, devido à crescente importância dessas duas categorias na comunicação do conhecimento e no impacto da mensagem de obras técnicas e literárias sobre a sociedade”.

O Jabuti Acadêmico também reconhecerá o livro acadêmico clássico e a personalidade do ano. Outras informações estão disponíveis no site do Prêmio.