Uma das mudanças mais importantes anunciadas pelo Ministério da Educação para o Enem 2017 é o fim da utilização do exame como avaliação das instituições de ensino do país. Elaborado em 1998, o Enem foi criado para avaliar o domínio de competências pelos estudantes concluintes do ensino médio. Mas em 2009, quando o Ministério da Educação criou o Sistema de Seleção Unificada, o exame tornou-se porta de entrada para universidades brasileiras.

No mesmo ano, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) passou a divulgar o "Enem por escola", que disponibilizava para os estabelecimentos de ensino o desempenho de seus alunos em cada uma das quatro áreas do conhecimento e da redação do Enem. Apesar de nos últimos anos os dados serem divulgados com filtros que permitiam comparações mais equilibradas entre as escolas, o MEC afirma que as informações eram utilizadas de forma equivocada pelas instituições de ensino.

Para a professora da Faculdade de Educação da UFMG e coordenadora do Núcleo de Pesquisa em Desigualdades Escolares, Maria Teresa Gonzaga, o Saeb fará uma avaliação mais completa das instituições de ensino brasileiras, já que tem a finalidade única de avaliar o ensino, enquanto o Enem é utilizado como ingresso ao ensino superior no país.

A partir deste ano, as escolas públicas e privadas, de zonas urbanas e rurais, com pelo menos dez estudantes matriculados em turmas regulares na 3ª série do ensino médio, passarão a ser avaliadas pelo Saeb. Com a ampliação, está prevista a participação de cerca de 6,6 milhões de estudantes de 73 mil escolas localizadas em 5.570 municípios brasileiros. Neste ano, a Prova Brasil e a Aneb, avaliações que compõem o Saeb, serão aplicadas entre 23 de outubro e 3 de novembro.

Reportagem veiculada no Jornal UFMG desta terça-feira, 24 de outubro de 2017.