Sandra Goulart recebe dupla medalhista de bronze em mundial de ginástica aeróbica
Tamires Rebeca e Lucas Barbosa, atuais campeões dos Jogos Mundiais na modalidade, valem-se de estrutura de treinamento oferecida por projeto de extensão da EEFFTO
A dupla de ginastas Tamires Rebeca Santos e Lucas Barbosa, vinculada ao Projeto de Ginástica Aeróbica Esportiva da UFMG e que conquistou a medalha de bronze na última edição do Campeonato Mundial de Ginástica Aeróbica, disputada na Itália, no fim de setembro, foi recebida nesta sexta-feira, dia 6, pela reitora Sandra Regina Goulart Almeida.
Os atletas, que também são os atuais campeões em duplas mistas da modalidade nos Jogos Mundiais, realizados em 2022, nos Estados Unidos, estavam acompanhados da professora e técnica Kátia Lemos, coordenadora do projeto, e do diretor da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO), Gustavo Pereira Côrtes.
Além da medalha de bronze na dupla mista, Rebeca e Lucas também obtiveram bons resultados individuais na disputa em Pésaro, cidade localizada na costa do Mar Adriático, eleita a capital cultural da Itália em 2024. Rebeca alcançou o quarto lugar, e Lucas ficou na nona posição.
Projeto esportivo
Os ginastas mostraram as medalhas para a reitora e relataram detalhes da conquista. Sandra Goulart parabenizou a dupla e destacou o projeto esportivo da UFMG. “Sentimos um orgulho enorme desses atletas e da equipe da Escola”, disse a reitora, afirmando, ainda, que os resultados conquistados em competições de alto nível também refletem a atuação da UFMG, que tem o esporte como parte do seu projeto acadêmico. Prova disso, segundo ela, é a instituição da Comissão de Esporte e Lazer, que trabalha na formulação de uma política de esporte para a Universidade. "Estamos empenhados em ampliar o acesso das pessoas, inclusive da comunidade externa à nossa estrutura esportiva”, disse a dirigente.
Atividade de extensão criada há 29 anos, o Projeto de Ginástica Aeróbica Esportiva é um dos exemplos mais bem-sucedidos de atuação da Universidade no campo da formação de atletas. “Atendemos desde a infância – a Rebeca, por exemplo, chegou aqui aos sete anos – até a fase adulta, e nossos atletas competem em alto nível”, diz Kátia Lemos, que é considerada uma autoridade mundial na modalidade, atuando, inclusive, como árbitra. De acordo com ela, em quase 30 anos de existência, o projeto já formou cerca de 100 atletas de alto nível.
O escopo do projeto, no entanto, extrapola a preparação de atletas para disputar competições, afirma a coordenadora. “Existe uma grande estrutura de profissionais de educação física por trás dos atletas, composta de fisioterapeutas, fisiologistas e técnicos, e a formação dessas pessoas também faz parte do programa”, acrescenta Kátia Lemos, citando ainda a vertente acadêmica, materializada na produção de monografias e dissertações de mestrado.
Equilíbrio em dupla
Tamires Rebeca, 26 anos, ingressou no projeto de Ginástica Aeróbica Esportiva aos sete anos. “Nele, me formei não só como atleta, mas como pessoa. Nunca treinei em outro lugar. Aqui passei por todas as categorias até virar uma medalhista”, diz a ginasta, em breve relato de sua trajetória.
Lucas, 30, chegou mais tarde. Tinha 16 anos e vinha de uma experiência anterior na ginástica artística, que começou a praticar aos 13. Aos 17 anos, foi convocado pela primeira vez para a seleção brasileira de ginástica aeróbica. “Sempre fui apaixonado por esportes, mas me encontrei mesmo na ginástica aeróbica. Ela me proporcionou a oportunidade de conhecer outras culturas, aprender línguas”, diz o atleta.
Eles se conheceram na UFMG e garantem ter entrosamento perfeito, com histórico mínimo de rusgas. “Temos temperamentos bem diferentes. Ela é 8, eu sou 80”, brinca Lucas, dono de uma personalidade mais expansiva. “A gente se equilibra, é por isso que dá certo”, complementa Rebeca.
Lucas e Rebeca, que residem em Belo Horizonte, passam mais tempo juntos (em treinamentos e viagens para campeonatos) do que com a família. “Ela me conhece melhor do que meu irmão”, diz Lucas. A dupla treina quatro horas por dia em períodos sem competição e oito às vésperas de disputas importantes. O maior desafio em 2025 será na China, onde Rebeca e Lucas defenderão o título conquistado nos Jogos Mundiais, há dois anos, em Birmingham, no estado do Alabama, nos Estados Unidos. Os Jogos Mundiais reúnem atletas de modalidades olímpicas e não olímpicas – caso da ginástica aeróbica.
O palco dos treinos da dupla é o Ginásio Terezinha Ribeiro Bonfim, que fica na EEFFTO. O local, que teve parte do piso e equipamentos destruídos em setembro de 2019 por um incêndio, foi reinaugurado em outubro de 2020, em plena pandemia. Hoje, é avaliado pela professora Kátia Lemos como a melhor estrutura para a prática da ginástica aeróbica do país – um de seus pontos fortes é o tablado que minimiza danos aos atletas provocados por quedas. A direção da Escola e a coordenação do projeto trabalham agora para ter o ginásio credenciado pela Confederação Brasileira de Ginástica como centro de treinamento de referência para a modalidade.
A estrutura foi tema de reportagem da TV UFMG em dezembro de 2020.