Seis anos após rompimento de barragem da Samarco, população de Mariana ainda aguarda reparação
Professora Raquel Oliveira, do Departamentos de Sociologia da UFMG e subcoordenadora do Grupo de Estudos em Temáticas Ambientais, falou sobre os impactos, em entrevista ao programa Conexões
A tragédia causada pelo rompimento da barragem de Fundão, na cidade de Mariana, em Minas Gerais, completa seis anos nesta sexta-feira, 5. Dezenove pessoas, entre moradores da região e trabalhadores da mineradora Samarco, perderam suas vidas naquela tarde de novembro de 2015 e milhares de moradores perderam seus meios de sobrevivência. Com o rompimento da barragem, controlada pelas mineradoras Vale, Samarco e BHP Billiton, foram lançados mais de 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro na bacia do Rio Doce.
Segundo o Ministério Público Federal, o ocorrido não foi um acidente. Os responsáveis pela tragédia ainda não foram julgados e cerca de 210 famílias ainda aguardam a conclusão das obras do novo distrito de Bento Rodrigues, que foi completamente destruído pelo rompimento. Em junho de 2020, os órgãos públicos e as mineradoras deveriam ter discutido o Termo de Ajustamento de Conduta, assinado em 2018, que prevê uma repactuação, para evitar ações judiciais desnecessárias. A discussão não ocorreu e hoje existem 85 mil ações judiciais sobre o caso. Previsto para ser assinado em outubro, o novo acordo para reparação de danos causados pela tragédia de Mariana ainda vai passar por mais uma audiência, marcada para 1º de dezembro, mas ainda não há prazo para a conclusão do processo.
Nesta sexta-feira, 5, a situação atual da região atingida pelo rompimento da barragem do Fundão e as consequências ambientais e sociais da tragédia, foram tema de entrevista do programa Conexões, da Rádio UFMG Educativa. Na edição, a jornalista Luíza Glória conversou com a professora do Departamento de Sociologia da UFMG Raquel Oliveira, subcoordenadora do Grupo de Estudos em Temáticas Ambientais (Gesta).