Ensino

Em fórum, professores mostram como tecnologias apoiam a inclusão e o ensino híbrido

Promovido pelo Programa Integração Docente, encontro discutiu o uso dos recursos no ensino de graduação na UFMG

'Usos das tecnologias para o ensino nos cursos de graduação da UFMG' foi o tema do fórum promovido nesta quarta-feira pelo programa Integração Docente
No sentido horário, Rogéli Ribeiro, Ramon Silva, Daniervelin Marques e o pró-reitor adjunto de graduação, Bruno Teixeira  
Reprodução de tela: Raphaella Dias | UFMG

O uso de recursos educacionais abertos em disciplinas na graduação em Letras, ferramentas do Microsoft Teams que propiciam aulas inclusivas no curso de engenharia e os esforços para adoção de um modelo híbrido de ensino em matérias práticas na Odontologia foram as experiências com uso de tecnologias na educação apresentadas na tarde desta quarta-feira, 11, em mais um fórum promovido pelo Programa Integração Docente.

Daniervelin Marques, da Faculdade de Letras, tratou de sua experiência com o emprego de Recursos Educacionais Abertos (REAs), que são, segundo definição da Unesco, “materiais de ensino, aprendizado e pesquisa em qualquer meio disponível no domínio público, que foram disponibilizados com licenças abertas, permitindo acesso, uso, redestinação, reutilização e redistribuição por terceiros, com poucas ou sem nenhuma restrição”. Os REAs podem incluir cursos, livros didáticos, aplicativos, arquivos de mídias diversas, entre outros.

A professora listou alguns dos cuidados técnicos e legais na produção e utilização dos REAs, tais como o uso de softwares livres como o LibreOffice – cujas funcionalidades não são mantidas por decisão de uma única empresa –, a citação da fonte e da autoria e a importância de disponibilizar o acervo em locais de fácil acesso a possíveis interessados.

Daniervelin Marques, da Faculdade de Letras, abordou sua experiência com o emprego de Recursos Educacionais Abertos (REAs)
Daniervelin Marques: materiais com licenças abertasReprodução de tela: Raphaella Dias | UFMG

“Nós temos pouquíssima prática, como docentes, em compartilhar os nossos materiais de aula. Às vezes, a gente compartilha com o colega, mas isso não beneficia um grande público, em espaços como sites pessoais e repositórios institucionais. “Acho que, numa universidade pública, esta é uma questão importante: os materiais que eu crio são só meus, e ninguém pode usá-los ou compartilhá-los?”, ponderou. Dedicada à pesquisa sobre essas ferramentas desde 2014, Daniervelin mantém o projeto Recursos Educacionais Abertos para leitura e produção de textos nas licenciaturas, que reúne em um site materiais de uso livre para o ensino dos idiomas português, espanhol e inglês.

Ferramentas de ensino

Ramon Silva, professor da Escola de Engenharia,  abordou o uso do Microsoft Teams e Stream
Ramon Silva: demanda de um estudante surdoReprodução de tela: Raphaella Dias | UFMG

O professor Ramon Silva, da Escola de Engenharia, apresentou um tutorial do uso do Microsoft Teams e Stream com vistas à acessibilidade, em especial a parte de inserção de legendas. O uso da ferramenta com esse objetivo veio por demanda de um discente com deficiência auditiva. O professor fez um mea culpa ao lembrar que o Núcleo de Acessibilidade e Inclusão da UFMG (NAI) fez um guia – acessível no site do Integração Docente (em Acessibilidade) – que ele poderia ter utilizado anteriormente na elaboração das videoaulas.

Em uma reflexão rápida, ele lembrou que há tecnologias que facilitam a inclusão e que “um ingrediente fundamental é o desejo consciente e deliberado dos docentes de fazer mudanças e adaptações em nossas práticas”.

'Ensino Híbrido no Laboratório Multidisciplinar de Odontologia Restauradora' foi o tema discutido por Rogéli Ribeiro, da Faculdade de Odontologia
Rogéli Ribeiro: ensino híbrido em laboratório da OdontologiaReprodução de tela: Raphaella Dias | UFMG

Rogéli Ribeiro, da Faculdade de Odontologia, tratou de ensino híbrido no Laboratório Multidisciplinar de Odontologia Restauradora, antes da pandemia. Ela fez um histórico de como se deu a criação da nova metodologia no laboratório, que se destina às práticas pré-clínicas. “Não é fácil mudar, mas é preciso, e é muito gratificante quando começamos a constatar os resultados desse esforço”, disse Rogéli. Ela recomendou que sejam feitas, a princípio, mudanças pequenas, com planejamento, e que elas sejam ampliadas aos poucos.

Assessorias de Comunicação da Prograd e do Caed-UFMG