Formas de Ingresso

Programa de vagas para estudantes indígenas é aprovado em caráter permanente

A professora Lívia de Errico (terceira da esquerda para a direita) com a vice-reitora Sandra Goulart Almeida e estudantes indígenas
A professora Lívia de Errico (terceira da esquerda para a direita) com a vice-reitora Sandra Goulart Almeida e estudantes indígenas Marcílio Lana / UFMG

O Conselho Universitário aprovou, por unanimidade, na tarde desta terça-feira, 30, a oferta, em caráter permanente, do Programa de Vagas Suplementares para Estudantes Indígenas, iniciativa nascida em 2009 como projeto experimental. A decisão representa passo decisivo para a institucionalização do programa, que será gerenciado por um colegiado especial. 

A proposta vinha sendo examinada pelas instâncias superiores da UFMG desde o fim de 2014, quando a Comissão de Acompanhamento de Estudantes Indígenas, vinculada à Pró-reitoria de Graduação, concluiu uma avaliação do programa. A análise foi submetida à apreciação da Câmara de Graduação, do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) e por último do Conselho Universitário. 

O projeto piloto possibilitou, no período de 2010 a 2013, o ingresso de 46 alunos indígenas nos cursos de Enfermagem, Medicina, Ciências Biológicas, Ciências Sociais, Agronomia e Odontologia por meio de processo seletivo especial.

Levantamento de demandas
“A participação de cada curso se deu por adesão, mas antes da implantação do programa experimental, a UFMG fez um levantamento das demandas das comunidades indígenas, que indicaram uma preferência por essas áreas”, explica a professora Lívia de Souza Pancrácio de Errico, da Escola de Enfermagem e presidente da Comissão.

Os estudantes beneficiados pelo programa são oriundos de várias etnias, como pataxós, xakriabás, kaxixós, tupiniquins e terenas. “Foi um sucesso, e os resultados são os esperados. Já há profissionais formados que estão trabalhando em suas comunidades de origem”, afirma a professora Lívia, ressalvando que o programa precisa ser aperfeiçoado com a intensificação de ações de permanência.

Com a aprovação do programa em caráter permanente, a expectativa é de que aumente o número de cursos com vagas destinadas a estudantes de comunidades indígenas. Quatro colegiados já manifestaram interesse em aderir à iniciativa: Administração, Antropologia, Direito e Turismo.

Próximos passos 
De acordo com o pró-reitor de graduação, Ricardo Takahashi, para que o Programa seja implementado, a Comissão de Acompanhamento será novamente instituída.

Além de fazer contato com cada colegiado para que estes definam se o curso irá aderir e, em caso positivo, qual o número de vagas a serem oferecidas, a Comissão irá propor um processo seletivo, que deverá ser aprovado pela Câmara de Graduação e pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe).

Caberá também à Comissão estabelecer infraestrutura de acolhimento, específica para esses estudantes, que possivelmente incluirá convênios com órgãos governamentais.

Assista à reportagem produzida pela TV UFMG sobre o assunto: