Institucional

UFMG atualiza plano de retorno para atividades que não se adaptam ao modo remoto

Nova versão traz mudanças para fortalecer a segurança de quem frequenta os campi e as unidades

Ponto de ônibus no campus Pampulha com o prédio da Face ao fundo: adoção de novos critérios aprimora versão atualizada do plano de retorno
Ponto de ônibus no campus Pampulha com o prédio da Face ao fundo: adoção de novos critérios Gabriel Araújo | UFMG

Para lidar com a pandemia de covid-19, a UFMG tem desenvolvido a maior parte das suas atividades em modo remoto, como as aulas da graduação e da pós-graduação. A retomada gradual e segura é orientada pelo Plano para o retorno presencial de atividades não adaptáveis ao modo remoto, elaborado em setembro do ano passado. Neste documento, estão previstas as diretrizes desse retorno, sempre baseadas em evidências científicas.

Com o agravamento da pandemia no primeiro semestre de 2021, provocado pela combinação do relaxamento das medidas de distanciamento com a lentidão da vacinação e o surgimento de novas variantes do Sars-CoV-2, surgiu a necessidade de que o plano fosse atualizado. “O recrudescimento da pandemia resultou no colapso dos serviços de saúde e em um número absurdo de mortes, além do agravamento da situação de vulnerabilidade social e econômica de milhões de brasileiros. Veio então a necessidade de aprimoramento do plano, de acordo com as evidências científicas que apareceram. Essa atualização vai ao encontro da necessidade cada vez maior de promover um ambiente mais seguro para a comunidade universitária”, afirma a professora da Faculdade de Medicina Cristina Alvim, coordenadora do Comitê de Enfrentamento do Novo Coronavírus da UFMG.

A reitora Sandra Regina Goulart Almeida afirma que a nova versão do plano de retorno é mais uma medida tomada pela UFMG com base em estudos atualizados, o que comprova o compromisso com a saúde e o bem-estar de sua comunidade. “A Universidade tem uma responsabilidade enorme por ser referência. Prezamos pela qualidade e também pela segurança das pessoas, além de desejarmos que este plano sirva de inspiração para outras instituições. Optamos, nesta nova versão, por não fazer nenhuma previsão de data de retorno, visto que é impossível saber como o vírus vai se comportar. É importante darmos destaque ao ‘como’, e não ao ‘quando’”, argumenta Sandra Goulart.

De acordo com ela, a UFMG mantém-se atenta ao cenário epidemiológico dos municípios onde atua e se pautará por ele e pelos indicadores preconizados pelo novo plano para decidir como retomar suas atividades presenciais. “Tudo continuará sendo feito com parcimônia e com base em números e evidências robustas. Foi assim em março do ano passado, quando decidimos suspender as aulas presenciais, e agimos da mesma forma sempre que decidimos avançar ou retroceder etapas. A ciência será sempre a nossa baliza”, garante a reitora.  

Entre as atualizações introduzidas no Plano para o retorno presencial de atividades não adaptáveis ao modo remoto estão os novos parâmetros para avaliação das quatro etapas previstas (0 a 3), a nova referência para avanço ou retrocesso entre as etapas, a recomendação para a ampliação da testagem, com a incorporação dos contatos assintomáticos e a observância da capacidade dos laboratórios da Universidade, e o reforço à adesão ao Monitoracovid, que deve ser preenchido por todos que realizam atividades presenciais e por aqueles que, mesmo em trabalho remoto, precisam de orientações do Telecovid-19, sistema de teleconsulta com profissional de saúde do Hospital das Clínicas da UFMG.

A atualização do plano foi conduzida pelo Comitê de Enfrentamento do Novo Coronavírus com a concordância da comissão de acompanhamento designada pelo Conselho Universitário. O documento foi apresentado e debatido no Conselho de Diretores e no Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) e será divulgado nos comitês locais, instalados em cada unidade.

Acesso ao Instituto de Ciências Agrárias, em Montes Claros: plano continua prevendo o acompanhamento do cenário epidemiológico dos municípios onde a UFMG atua
Acesso ao Instituto de Ciências Agrárias, em Montes Claros: plano continua prevendo o acompanhamento dos indicadores epidemiológicos dos municípios onde a UFMG atua Lucas Braga | UFMG

Novos critérios para mudar de etapas
A primeira versão do documento indicava possíveis datas para o avanço das etapas de retorno de atividades na UFMG e adotava como critério para avaliação das quatro etapas apenas o nível de alerta das cidades onde estão localizados os campi da Universidade. A versão atualizada inclui três novos parâmetros que precisam ser considerados para a transição entre as etapas de retorno: a situação do estado, identificada pela cor da onda do programa Minas consciente, o indicador epidemiológico da taxa de incidência de covid-19 na cidade, que possibilita o acompanhamento da situação de risco de transmissão do vírus, e o indicador de tendência de taxa de incidência, que possibilita estimar o crescimento do número de casos da doença. “Acrescentamos esses três parâmetros porque eles servem como ferramentas para observarmos a segurança do ambiente no nosso entorno”, explica Cristina Alvim.

Os critérios para o avanço e o retrocesso nas etapas de retorno (0 a 3) também são novidades no plano. Para sair da etapa 0 para a 1, será necessário que ao menos um indicador da etapa 1 esteja estável há duas semanas para possibilitar o início de atividades presenciais levando em conta 20% de ocupação. Para avançar da etapa 1 para a 2, será preciso que ao menos três indicadores desse novo estágio estejam prevalentes há pelo menos quatro semanas, com 40% de ocupação. Para galgar da etapa 2 para a 3, é necessário que os quatro indicadores da etapa 3 – a última na escala de retorno – estejam estáveis há pelo menos quatro semanas, sinalizando, portanto, baixo risco de transmissão.

“O primeiro plano considerava apenas a situação da cidade para o retorno das atividades presenciais. Os novos critérios possibilitam aperfeiçoar a avaliação dos riscos de transmissão e de contágio pelo novo coronavírus”, acrescenta Alvim.

Cristina Alvim
Cristina Alvim: aprimoramento da avaliação de riscos de transmissão e contágioRaíssa César | UFMG

Testagem e Monitoracovid
As outras atualizações no plano de retorno referem-se aos testes de RT-PCR para diagnóstico do coronavírus e ao Monitoracovid, website que possibilita a autoverificação de sintomas antes de se dirigir à UFMG e a notificação de casos suspeitos e confirmados na comunidade acadêmica.

Com relação à testagem, o plano anterior previa que os testes de RT-PCR fossem realizados apenas nos membros da comunidade que apresentassem sintomas. O novo plano propõe a ampliação dos exames para todos os indivíduos com os quais essa pessoa teve contato em atividade presencial na Universidade, mesmo que estejam assintomáticos.

As diretrizes relacionadas ao Monitoracovid já estavam previstas no documento anterior, mas também houve mudanças. Antes, o acesso ao website era recomendado apenas para os membros da comunidade universitária em atividade presencial. Agora, o acesso é indicado em três tipos de situação: antes que as pessoas se dirijam a atividades presenciais na Universidade ou a campos de estágio, em caso de suspeita da doença, para possibilitar o acesso ao Telecovid19, e, em caso de confirmação da doença, para notificação e acompanhamento pelo próprio Telecovid19.

O Monitoracovid recebeu, desde dezembro do ano passado, 17.719 acessos. Desse total, 664 foram direcionados para atendimento no Telecovid19, que confirmou 86 casos da doença. Cristina Alvim acrescenta que o novo plano continua prevendo a retomada lenta, em etapas, com restrição do número de pessoas, em estrito alinhamento com os indicadores epidemiológicos e as recomendações das autoridades sanitárias de Belo Horizonte e Montes Claros. Além disso, a nova versão continua considerando critérios quantitativos relativos ao teto de ocupação dos espaços de modo a garantir o distanciamento social e a implementação do monitoramento das pessoas que circulam nesses espaços.

Luana Macieira