Extensão

UFMG capacitará profissionais de saúde pública sobre cuidados aos pacientes com Covid-19

O curso, gratuito e a distância, será ofertado a trabalhadores que já atuam em unidades de atendimento de urgência

Profissionais que atuam nas UTIs serão capacitados a distância
Profissionais que atuam nas UTIs serão capacitados a distância HC-UFMG / Ebserh

Os profissionais da saúde que atuam no atendimento aos pacientes com Covid-19 nas unidades de pronto atendimento (Upas), hospitais de pronto socorro ou nas unidades de terapia intensiva (UTIs) precisam de informação selecionada, rápida e que os ajude a direcionar sua conduta dentro das instituições. Trata-se de uma necessidade urgente, na avaliação da  professora da Escola de Enfermagem, Andreza Werli-Alvarenga, especialmente diante do aumento da demanda que virá por esse tipo de assistência, prevista por instituições governamentais e de pesquisa.

Para capacitar esses profissionais, com orientações que envolvem desde  os cuidados com a própria proteção individual até a organização das UTIs e manejo dos pacientes graves infectados pelo SARS-CoV-2, a UFMG organizou um curso de curta duração, que será ofertado gratuitamente, na modalidade a distância.

As inscrições já estão disponíveis pela internet, sem prazo de término. O curso será ofertado enquanto houver demanda. 

Os inscritos, que superam mais de 700 participantes de todas as regiões do país, serão organizados em turmas e receberão, pelo e-mail cadastrado, informações sobre a data de início da capacitação, programa, login e senha para acesso à plataforma. 

Podem se inscrever médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, farmacêuticos e residentes intensivistas (que atuam nas unidades de terapia intensiva). Os profissionais precisam estar com o registro do conselho profissional ativo e comprovar que estão trabalhando ou em contratação em UTIs, pronto-socorro e UPAs da rede pública de saúde. Estudantes do último ano de medicina e enfermagem também poderão participar.

O curso vai abranger tópicos como a organização das UTIs, o manejo dos equipamentos, especialmente de respiração mecânica — mais utilizados para pacientes graves com Covid-19 —, além do fluxo de pacientes e o cuidado especial com os equipamentos de proteção individual. 

Tensão
Segundo a professora Andreza Werli-Alvareng,  idealizadora do projeto de extensão, juntamente com os professores da Faculdade de Medicina, Fernando Antônio Botoni e Carolina Coimbra Marinho, a equipe multiprofissional que atua nas UTIs convive com a tensão da gravidade dos pacientes e a necessidade de tomada de decisões rápidas e assertivas. “O que nos assusta é que o agravamento das condições de saúde dos pacientes com Covid-19 é muito rápido. Além disso, estamos lidando com um vírus de rápida disseminação.  Por isso, os profissionais da linha de frente, nas urgências, precisam estar bem preparados”, afirma a professora, que também tem experiência como enfermeira intensivista.

Saúde aos profissionais
O cuidado com a saúde mental dos profissionais de saúde é outra preocupação da própria área, além do risco de contágio do coronavírus. “Diante do aumento da demanda por atendimento, também precisamos preservar os profissionais, para que o sistema de saúde não fique ainda mais sobrecarregado”, observa Andreza.

Por isso, um módulo sobre saúde mental, organizado pela professora Tereza Peixoto, do Departamento de Psicologia da Fafich, também integra a programação do curso. Os participantes receberão orientações sobre autocuidado e prevenção, relacionados à atuação no ambiente de trabalho.

Visita virtual

Uso do tablet em UTIs na Itália inspirou a campanha Visita virtual Covid-19
Uso do tablet em UTIs na Itália inspirou a campanha 'Visita virtual Covid-19'Spedali Civili di Brescia/Itália

Para otimizar a humanização do atendimento aos pacientes infectados pelo novo coronavírus, foi lançada a  campanha Visita virtual Covid-19, para arrecadação de tablets. Segundo a professora Andreza Werli-Alvarenga, da Escola de Enfermagem, a ideia partiu da psicóloga Márcia Viegas, do Hospital Regional Metropolitano do Barreiro, na capital. Ela se inspirou em iniciativa da Itália.

“Como os pacientes com a Covid-19 não podem receber visitas, o uso da tecnologia viabiliza a conexão com seus familiares, otimizando o apoio e suporte emocional, sustentando a prática da assistência humanizada. E quando passar a pandemia do coronavírus, os tablets continuarão servindo  para atender a essa demanda, que já existe para os demais pacientes internados nos hospitais”, explica a professora.

 Este site reúne todas as informações sobre os critérios para doação e cadastro das instituições hospitalares que desejam receber os tablets.

Com Assessoria de Comunicação da Escola de Enfermagem