Institucional

UFMG desenvolve 67 pesquisas para avaliar impactos do rompimento da barragem de Brumadinho

Fruto de parceria inédita com o poder judiciário, iniciativa envolve mais de 400 pesquisadores em diversas frentes

Um dos maiores desastres socioambientais da história do Brasil, o rompimento da barragem 1 da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, completa dois anos nesta segunda-feira, dia 25. Desde o início, a UFMG atuou na região por meio de ações emergenciais e de planejamento de estudos para avaliar impactos da tragédia nas dezenas de municípios afetados.

Uma das iniciativas foi a estruturação do Projeto Brumadinho UFMG, parceria institucional inédita com o poder judiciário, cujo objetivo é auxiliar o Juízo da 2ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Belo Horizonte por meio de análises dos impactos do rompimento em quatro áreas principais: meio ambiente, saúde da população, socioeconômica e infraestrutura.  

Em entrevista à TV UFMG, a pró-reitora de Extensão da UFMG e uma das coordenadoras do Projeto, professora Cláudia Mayorga, relata que, atualmente, 67 subprojetos de pesquisa e extensão compõem essa cooperação técnica. “São mais de 400 pesquisadores e pesquisadoras envolvidos no projeto Brumadinho, entre os quais, 150 professores-doutores vinculados a programas de pós-graduação das diversas áreas do conhecimento”, informa a pró-reitora. 

Sete desses subprojetos têm pesquisas desenvolvidas no Centro de Referência Ambiental (CRA-UFMG), conjunto de laboratórios de ponta instalado no Departamento de Química da UFMG. De acordo com a professora Claudia Carvalhinho Windmoeller, coordenadora do Centro, a estrutura vai receber neste ano cerca de 20 equipes desses subprojetos para sofisticadas análises físico-químicas de solos, águas subterrâneas e superficiais, sedimentos, rejeitos, material particulado atmosférico e material biológico. 

Acesso preferencial
À medida que são liberados pela Justiça, os resultados dos trabalhos são processados e catalogados na Plataforma Brumadinho UFMG, juntamente com informações geradas pelos processos judiciais que tramitam em decorrência do rompimento da barragem. O professor Clodoveu Davis, coordenador da plataforma, explica que a iniciativa, fruto da parceria entre a Escola de Arquitetura e o Departamento de Ciência da Computação, já resultou na extração de dados e informações de mais de cinco mil documentos. “A plataforma é um repositório de acesso preferencial para o próprio juiz, para os advogados das partes envolvidas e para outros públicos interessados nas áreas temáticas específicas", explica Davis. 

Assista à reportagem:


Ficha técnica
Olívia Resende (produção e edição de conteúdo), Lucas Tunes (imagens), Ravik Gomes (imagens) e Marcelo Duarte (edição)