Institucional

UFMG forma nova turma de professores indígenas de línguas, artes e literaturas

Solenidade de formatura, realizada no auditório da Reitoria
Solenidade de formatura, realizada no auditório da Reitoria Fotos: Foca Lisboa / UFMG

Indígenas das etnias Pataxó, Pankararu, Xakriabá e Guarani receberam na manhã desta sexta-feira, 9, o grau de licenciados em Línguas, artes e literaturas, pelo curso de Formação Intercultural para Educadores Indígenas (Fiei).

Os 28 graduados, que ingressaram na UFMG em 2012, vão atuar profissionalmente em suas respectivas comunidades, localizadas no Sul da Bahia, em Pernambuco, no Norte de Minas e no Rio de Janeiro.

Alunas da etnia Pataxó
Alunas da etnia Pataxó Foca Lisboa / UFMG

“Esta Universidade não estaria completa, ao abrir ontem as comemorações por seus 90 anos, sem a presença de vocês aqui”, afirmou o pró-reitor de Assuntos Estudantis, Tarcísio Mauro Vago. “A presença dos povos indígenas nos enriquece, nos fortalece, nos torna mais Brasil, mais próximos da história do nosso país”, completou.

Tarcísio Vago alertou, contudo, parafraseando Guimarães Rosa, que “carece de ter coragem” em um tempo em que professores e professoras são, mais do que nunca, imprescindíveis. “Carece de ter coragem, de enfrentar os desafios, de enfrentar aqueles que não querem a alegria, não querem a igualdade, aqueles que querem nos empurrar para o isolamento e a exclusão”, disse.

Luiz Antônio de Oliveira, da etnia Pankararu
Luiz Antônio de Oliveira, da etnia Pankararu Foca Lisboa / UFMG

Em nome da turma, o graduando Luiz Antônio de Oliveira, da etnia Pankararu, agradeceu à UFMG e à Faculdade de Educação (FaE) por dar aos estudantes indígenas esperança e mais vontade de sonhar. “O ser humano precisa sonhar, e o sonho se inicia com a esperança. Aqui estamos sonhando com um amanhã mais humano, mais vivo, mais diverso, com um mundo que não se fecha para nós, indígenas”, enfatizou.

A coordenadora do colegiado do curso, professora Maria Gorete Neto, destacou o crescimento contínuo – dela e da turma – ao longo dos semestres e afirmou que a resistência demonstrada por esses alunos ao enfrentar obstáculos para realizar a formação reforça nela o compromisso com as causas indígenas.

A coordenadora do colegiado do curso, professora Maria Gorete Neto
A coordenadora do colegiado do curso, professora Maria Gorete Neto Foca Lisboa / UFMG

“Precisamos dos índios na Universidade. Quanto mais, melhor. Seja em cursos de licenciatura ou de bacharelado, para que a UFMG se componha, de fato, da diversidade de línguas e culturas deste país”, ressaltou.

Alunos da etnia Xakriabá
Alunos da etnia Xakriabá Foca Lisboa / UFMG

O pró-reitor de Graduação, Ricardo Takahashi, também destacou que, em sua trajetória de formação, os educadores indígenas aprenderam e ensinaram. “Olhando de fora, a tendência é achar que a Universidade é um lugar a que se chega apenas para adquirir conhecimento. Mas nesses quatro anos vocês aprenderam que não é bem assim”, observou.

Takahashi elogiou as lideranças indígenas presentes na solenidade, por acompanharem tão de perto a juventude de suas comunidades.

Antes do ato formal de colação de grau, indígenas das quatro etnias realizaram cerimônia com cantos e danças no saguão de entrada da Reitoria. Após a solenidade, homenagearam professores, dirigentes da Universidade e lideranças de suas comunidades com peças de artesanato de madeira e cerâmica.

Além dos pró-reitores Tarcísio Vago e Ricardo Takahashi, compuseram a mesa a professora Gorete Neto, a diretora da Faculdade de Educação, Juliane Corrêa, o professor Josiley Francisco de Souza, patrono da turma, a secretária geral da FaE, Ilda de Oliveira Magalhães, e lideranças indígenas.

Formandos, na primeira fila do auditório. Seus familiares acompanharam a solenidade
Formandos, na primeira fila do auditório. Seus familiares acompanharam a solenidade Foca Lisboa / UFMG

A TV UFMG também acompanhou a cerimônia: