Institucional

UFMG formaliza criação da Unidade Embrapii para fármacos e vacinas

Projeto terá aporte de R$ 5 milhões; unidade do DCC foi recredenciada por mais quatro anos em cerimônia na Reitoria

Diretor presidente da Embrapii, Jorge Guimarães assina os termos ao lado da reitora e de Sérgio Freitas, do MCTI
Presidente da Embrapii, Jorge Guimarães assina os termos ao lado da reitora Sandra Goulart Almeida e de Sérgio Freitas, do MCTIFoca Lisboa | UFMG

Com a formalização da criação da FarmaVax – Unidade Embrapii Inovação de Fármacos e Vacinas, a UFMG celebra um marco histórico e reafirma sua vocação para a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação de modo a atender às demandas da sociedade. A confirmação do termo de parceria do professor Rubén Dario Sinisterra, do Departamento de Química do ICEx, que participou, nesta segunda-feira, 4, da solenidade de assinatura do contrato de parceria da Universidade com a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), vinculada ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).

Terceira unidade multicêntrica no âmbito da UFMG, aprovada no fim do ano passado , a FarmaVax reúne quatro Centros Institucionais de Tecnologia e Inovação (CT-Nanobiomateriais, CT-Vacinas, CT-Terapias Modernas e CT-Medicina Molecular) e terá o aporte de R$ 5 milhões para a produção de biofármacos em parceria com empresas nacionais e internacionais. “Nossa expectativa é altíssima, porque se trata de uma política pública para promoção, desenvolvimento e inovação para uma área tão estratégica para o país. E a interação de universidades e empresas, proposta pelo modelo de gestão da Embrapii é uma excelente oportunidade para a UFMG mostrar que está cumprindo seu papel com excelência”, acrescentou Rubén.

Dario Sinisterra:
Rubén Dario Sinisterra: 'momento histórico'Foca Lisboa | UFMG

De acordo com o professor Rubén Dario Sinisterra, o foco da nova unidade é celebrar convênios com empresas nacionais e estrangeiras que estejam dispostas a desenvolver e transferir tecnologia para as empresas brasileiras. “Estamos prospectando empresas (27 já fizeram contato) e esperamos desenvolver anestésicos para intubação de pacientes com covid-19, antivirais, saneantes e formulações orais e nasais, além de produtos de nanopartículas contra o vírus Sars-Cov-2. Também vamos produzir e comercializar testes rápidos de diagnóstico”, adiantou.

A FarmaVax também está se credenciando no BNDES para finalizar projetos de inovação classificados na escala de sete a nove, pela metodologia Níveis de Prontidão de Tecnologia (Technology Readiness Levels ou TRL).

Autonomia e agilidade
“Os recursos públicos da Embrapii não são reembolsáveis, e suas unidades podem administrar os projetos em parceria com as empresas parceiras, como um modelo privado, inclusive para contratação de pesquisadores pelas normas da CLT. Outra vantagem é a agilidade nos processos, que abrange desde a formalização de convênios, liberação dos recursos e fiscalização dos planos de ação até a renovação das parcerias”, exemplificou o diretor-presidente da Embrapii, professor Jorge Almeida Guimarães.

Segundo ele, “esse é um modelo de gestão que não vai resolver o problema desse setor tão capitalizado e que se mostrou tão frágil durante a pandemia da covid-19. Mas pode contribuir para promover maior autonomia na interação tão necessária, e com resultados muito positivos em setores como mineração, internet das coisas, agroindústria e petróleo”.

Jorge Guimarães destacou ainda que, entre as 76 unidades Embrapii criadas em oito anos de existência desse modelo de organização social, apenas três instituições não são federais — USP, Unicamp e PUC-Rio. Dos 1,7 mil projetos fechados com 1.150 empresas parceiras, mais da metade já foi concluída, e 66% depositaram pedidos de patentes. Cerca de R$ 2,2 bilhões foram investidos, em parceria com o MCTI e os ministérios da Economia, da Educação e da Saúde.

Ainda segundo Guimarães, a Embrapii aguarda a associação dos Ministérios do Meio Ambiente, da Defesa e do Desenvolvimento Regional, além do BNDES, para que sua participação nos projetos passe dos atuais 30% para até 90% de investimentos.

Para a reitora Sandra Regina Goulart Almeida, “a criação das unidades Embrapii na UFMG coaduna-se com o papel da Universidade e sua política de inovação aprovada recentemente pelo Conselho Universitário”. E acrescentou: “somos uma instituição de ensino procurada pelas pessoas que querem obter uma formação acadêmica, mas as universidades também são as responsáveis por 95% da pesquisa realizada no país. A UFMG é a maior depositária de patentes nessa área, e a criação de unidades Emprapii tem sido muito importante para fortalecer a triangulação com o setor público e as indústrias”.

Mais quatro anos para a Embrapii DCC
Durante a solenidade, que também reuniu, na sala de sessões da Reitoria, o secretário geral do MCTI, Sérgio Freitas, e diretores de unidades e professores, foi assinado ainda o termo aditivo de renovação, por mais quatro anos, do credenciamento da primeira unidade Emprapii da UFMG, a Unidade DCC – UFMG Software para Sistemas Ciber-físicos, ou Embrapii DCC. Segundo o professor Luis Chaimowicz, desde que foi criada, em 2016, a unidade prospectou mais de 200 empresas e desenvolveu 12 projetos – outros três estão em desenvolvimento, com participação de vários professores do Departamento de Ciência da Computação (DCC).

A UFMG abriga ainda uma Unidade Embrapi Powertrain , vinculada ao programa Rota 2030 e coordenada pelo professor Braz Cardoso Filho, do Departamento de Engenharia Elétrica da Escola de Engenharia.

A assinatura dos termos professores e diretores de unidades na Sala de Sessões da Reitoria
A assinatura dos termos professores e diretores de unidades na Sala de Sessões da ReitoriaFoca Lisboa | UFMG

Teresa Sanches