Institucional

UFMG institui comissão para propor política LGBTQIAPN+

Objetivo é fortalecer as ações da Universidade em favor de um dos grupos sociais mais vulneráveis

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Bandeira LGBTQIAPN+: política reforçará caráter diverso e plural da UFMGFoto: Flickr

A UFMG instituiu comissão encarregada de propor uma política LGBTQIAPN+ para a Universidade. O grupo, formado por professores, servidores técnico-administrativos e estudantes, vai ouvir diversos segmentos, como grupos de pesquisa que estudam a temática LGBTQIAPN+, pró-reitorias, órgãos administrativos e coletivos. 

"A UFMG tem feito um grande esforço nos últimos anos para fortalecer suas ações no campo dos direitos humanos e erradicar atos discriminatórios, como demonstra, por exemplo, resolução aprovada em 2016 pelo Conselho Universitário. O acolhimento às demandas das pessoas LGBTQIAPN+ de nossa universidade é um desdobramento desse trabalho, que é fundamental, visto que se trata de um dos grupos sociais mais vulneráveis", afirma a reitora Sandra Regina Goulart Almeida.

Presidente da comissão que vai executar os trabalhos e ouvidora da UFMG, a professora Joana Ziller afirma que a instituição do grupo vai ao encontro dos esforços da UFMG para abrigar a pluralidade e a diversidade. Joana, que é professora do Departamento de Comunicação Social da Fafich, lamenta que pessoas LGBTQIAPN+ tenham seus direitos constantemente ameaçados. Ela exemplifica essas ameaças com a aprovação, na semana passada, pela Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados, de projeto de lei que proíbe o casamento homoafetivo e a união estável entre pessoas do mesmo sexo. A atuação da Universidade, defende ela, deve caminhar em direção diametralmente oposta.

Joana Ziller: ações buscam ampliar transparência ativa
Joana Ziller: garantia de direitosFoto: Daniel Protzner | UFMG

“O mundo muda sempre, e a Universidade precisa mudar no sentido de incluir as pessoas que compõem a comunidade. Quando pensamos em uma universidade diversa e inclusiva, temos que pensar em políticas de acesso e de manutenção. Nesse sentido, a comissão que instituímos vai trabalhar para propor uma política que acolha as pessoas LGBTQIAPN+ e as mantenha na Universidade”, diz a ouvidora.

Escuta
Joana Ziller conta que a comissão nasceu das demandas de pessoas LGBTQIAPN+ que procuram constantemente a Ouvidoria e a Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) da UFMG. Para atender a essas demandas, a Comissão pretende ouvir e discutir as necessidades desse grupo.

“A intenção é ouvir toda a comunidade acadêmica, incuindo os alunos, os professores e os servidores técnico-administrativos. Nossa comunidade tem muitas pessoas LGBTQIAPN+. Precisamos entender o que afeta o cotidiano delas aqui, pois só assim poderemos propor uma política que vá ao encontro do que eles precisam para ingressar e se manter na UFMG", defende a professora.

Além de Joana Ziller, a comissão é formada pelo professor Carlos Magno Camargo Mendonça, pelos servidores técnico-administrativos Cristina del Papa e Ricardo Augusto de Jesus Sales e pelos discentes de graduação Arthur Benjamim Guimarães e Rian Silvério Pereira.

Luana Macieira