Estudantes de graduação e pós-graduação prejudicados financeiramente pelo distanciamento social provocado pela pandemia do coronavírus receberão apoio da UFMG para dar vazão à sua criatividade e capacidade de elaboração estética. A Diretoria de Ação Cultural (DAC) e a Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) lançaram nesta quinta-feira, 9, o Programa de Fomento Cultural. A iniciativa distribuirá 30 bolsas no valor de R$900 a alunos da UFMG que criarem obras artísticas, literárias ou ensaísticas sobre as implicações culturais da pandemia. O processo de seleção é regulamentado pela Chamada DAC 005/2020, disponível no site do órgão.

As inscrições, que podem ser feitas até o dia 19 de abril, estão abertas a estudantes regularmente matriculados em qualquer curso de graduação ou pós-graduação da UFMG. As propostas, além de inéditas e autorais, devem traduzir essa experiência singular e dramática em arte, literatura e pensamento.

De acordo com o diretor de Ação Cultural, Fernando Mencarelli, duas perguntas motivaram a proposição da chamada: O que se move enquanto bilhões de pessoas em todo o mundo se recolhem em suas casas em distanciamento social? E até que ponto essa ameaça à vida nos obriga a repensar nossa forma de viver?  “Afinal, enquanto paramos, a história se move. E essa talvez seja a tarefa mais urgente colocada para todos nós", reflete.

Serão aceitas propostas de produções nas áreas de artes visuais, fotografia, vídeo, performance, dança, teatro, circo, música, contos, poesia e romance,além de  ensaios de todas as áreas de conhecimento.

Os trabalhos deverão ser executados de maio a julho de 2020. As produções serão divulgadas nos canais de comunicação da DAC e da Prae e também na programação futura da UFMG, como eventos e seminários.

Além de preencher o formulário, os candidatos devem enviar plano de trabalho detalhado, currículo e, se for o caso, comprovante de classificação socioeconômica da Fump.

Ações afirmativas
Ao menos 20% das bolsas serão destinadas a propostas que contribuírem com a política de ações afirmativas da UFMG. “A Covid-19 é universal, mas a experiência criada pela pandemia pode ser vivida de forma diferente dependendo do lugar social, racial, étnico e da condição de gênero em que cada pessoa está posicionada”, afirma a diretora de Políticas de Ações Afirmativas da Prae, Daniely Reis.

A diretora explica que a pandemia atinge de modo diferente populações indígenas, quilombolas, em situação de rua, moradores de vilas e favelas, entre outros estratos da sociedade. “Queremos provocar reflexão sobre esses diferentes pontos de vista e esperamos propostas criativas suscitadas a partir do lugar que cada artista ocupa, considerando as diferentes realidades, as estruturas de desigualdade e, sobretudo, as potencialidades representadas nas perspectivas das diversas pessoas nesse novo contexto”, analisa.