UFMG, MCTI e governo de Minas assinam protocolo de intenções do Centro Nacional de Vacinas
Em cerimônia em Brasília, reitora Sandra Goulart disse que projeto é o primeiro passo para o Brasil alcançar a soberania na produção de imunizantes
Foi realizada na tarde desta quinta-feira, dia 2, em Brasília, a cerimônia de assinatura do protocolo de intenções para a implantação do Centro Nacional de Vacinas (CN Vacinas) em um terreno de 4.400 metros quadrados no Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC), instituição que tem a UFMG como sócia-fundadora e parceira estratégica.
O documento foi assinado pela reitora Sandra Regina Goulart Almeida, pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema, e pelo presidente do BH-TEC, Marco Aurélio Crocco. O CN Vacinas receberá um aporte de R$ 80 milhões, sendo R$ 50 milhões do governo federal e R$ 30 milhões do governo de Minas.
No início de seu pronunciamento, a reitora pediu que os professores do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) e pesquisadores do CTVacinas Ricardo Gazzinelli e Flávio Guimarães da Fonseca, presentes no evento, se levantassem para receber uma salva de palmas do público. Os pesquisadores têm trabalhado no desenvolvimento da SpiN-TEC, vacina contra a covid-19 atualmente em desenvolvimento na UFMG.
“O Centro Nacional de Vacinas é um sonho antigo dos pesquisadores do CTVacinas”, disse Sandra Goulart Almeida. “Como reitora, o que me cabe é agradecer. Porque este é o [o resultado do] trabalho dos nossos pesquisadores – um trabalho de ponta, que está se consolidando ao longo de todos esses anos. Nós temos um conhecimento instalado no campo de vacinas que se destaca no cenário nacional”, lembrou a dirigente.
Projeto para o país
Com a transformação do CTVacinas em um Centro Nacional de Vacinas, Sandra Goulart acredita que a expertise já existente possa alcançar todo o país. “A UFMG é uma universidade federal instalada em Minas Gerais. Este não é só um projeto da UFMG, é um projeto para o Brasil", afirmou.
“Este é um primeiro passo para que possamos nos tornar cada vez mais autossuficientes e soberanos nessa área de produção de vacinas e diagnósticos”, disse a reitora, lembrando que a UFMG é líder em depósitos de patentes no país e a melhor universidade federal do Brasil, segundo o último ranking divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Dia histórico
“O Centro Nacional de Vacinas, [a ser] instalado em Minas Gerais, será um ponto de inflexão na história do país no combate a pandemias, transformará o Brasil de cliente em produtor de vacinas no planeta”, destacou o ministro Marcos Pontes. “Este é um dia histórico. Muda a história do país no desenvolvimento de vacinas”, afirmou.
Pontes também destacou o papel estratégico das universidades públicas federais para a soberania do país. "É na universidade que se produz conhecimento. Ela é responsável por mais de 90% da pesquisa do Brasil”, disse.
Marco Aurélio Crocco, presidente do BH-TEC, destacou que, no âmbito do atual projeto, a função do BH-TEC é possibilitar a interação universidade-empresa e a transmissão de conhecimento para a estrutura produtiva. “O modelo de negócio que está sendo proposto aqui busca facilitar essa transmissão, visa facilitar e dar mais rapidez [ao processo], para que o conhecimento produzido dentro da universidade possa chegar de uma forma definitiva [à população].” Além da UFMG, o BH-TEC tem como sócios-fundadores o governo de Minas Gerais, a Prefeitura de Belo Horizonte e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae-MG).
“Para mim, é uma satisfação enorme participar, juntamente com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, desse avanço tão importante”, ressaltou o governador de Minas Gerais, Romeu Zema. “O que estamos fazendo aqui hoje é algo que, com toda a certeza, pode mudar o perfil de Belo Horizonte, de Minas Gerais e do Brasil", disse.
Também participaram do evento Marcelo Meirelles, secretário de Estruturas Financeiras e de Projetos do MCTI, Marcelo Morales, secretário de Pesquisa e Formação Científica, o deputado federal Igor Timo e o senador Wellington Fagundes, que em sua fala defendeu a necessidade de "se fazer, mais do que nunca, uma peça orçamentária em que a educação e a ciência tenham privilégio no ano que vem”, pauta que vem sendo defendida sistematicamente pela UFMG e pelas demais universidades federais do país.