Institucional

UFMG começa a produzir álcool em gel e glicerinado para hospitais

Projeto conduzido pela Faculdade de Farmácia e Escola de Veterinária contará com recursos repassados pela Secretaria de Educação Superior do MEC

Álcool gel
Remessa recebida pela UFMG será suficiente para a produção de 800 litros de álcool em gel Marcelo Casal Jr. / Agência Brasil

A Faculdade de Farmácia e a Escola de Veterinária da UFMG vão produzir álcool em gel, álcool glicerinado 70% e álcool 80%. Depois de processado, o material será doado aos hospitais das Clínicas (HC) e Risoleta Tolentino Neves (HRTN). Parte do álcool 80% será entregue à Pró-reitoria de Administração (PRA) para a assepsia de superfícies nas unidades acadêmicas e órgãos administrativos da Universidade.

A UFMG firmou parceria com a BR Distribuidora, empresa de distribuição de combustíveis ligada à Petrobras, para o recebimento de três mil litros de álcool puro. Os recursos empregados na manufatura do álcool em gel, glicerinado 70% e álcool 80% foram recebidos por meio de projeto apresentado pela Universidade à Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação. O projeto, que prevê repasse de orçamento suplementar a instituições federais de ensino superior, destina-se, na UFMG, à aquisição de equipamentos e outros insumos

Com a pandemia do novo coronavírus, a BR Distribuidora estabeleceu ações de apoio à sociedade, como o fornecimento de combustível a transportes essenciais e doações de cestas básicas. As parcerias na produção de álcool direcionado ao combate à Covid-19 tiveram início quando a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) procurou a distribuidora com a proposta. Desde então, outras seis instituições de ensino superior foram contatadas pela estatal para que a proposta se expandisse. Como única condição para a doação do produto, a companhia exige que o processamento seja destinado ao sistema de saúde e ao combate à Covid-19.

3,8 mil litros
Na UFMG, o processo de produção será conduzido pela Faculdade de Farmácia. Segundo a diretora da unidade, Leiliane Coelho André, a produção do álcool em gel e álcool glicerinado 70% ficará a cargo do Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação Farmacêutica (CPDI-FAR), que domina a tecnologia para formulação e produção. O álcool 80% será processado pelo Laboratório de Análises Toxicológicas (Lato), onde também ocorreu a análise do álcool recebido da BR Distribuidora. 

“A análise do álcool serviu à verificação da qualidade do produto e da não presença de contaminantes como metanol e hidrocarbonetos aromáticos", esclarece a diretora. Ainda segundo Leiliane André, além da Faculdade de Farmácia, parte da matéria-prima doada pela BR Distribuidora foi destinada à Escola de Veterinária, que, por iniciativa da diretora, a professora Zélia Inês Portela Lobato, também contribuirá para a produção do álcool 80%.

O volume doado será suficiente para produzir cerca de 800 litros de álcool em gel, dois mil litros de álcool glicerinado 70% e mil litros de álcool 80%. “No entanto, nossa produção deverá ser maior. Quando necessário, pretendemos adquirir mais álcool no mercado ou solicitar à BR mais uma remessa”, explica Leiliane André.

Em produção
De acordo com a professora, a produção do álcool 80% já foi iniciada, pois o processo, mais simples, depende apenas da diluição. “No caso do álcool glicerinado, precisamos de outros insumos já comprados e que estão para chegar. Em relação ao álcool em gel, aguardamos a compra do carbopol, insumo atualmente indisponível no mercado. Tão logo esses insumos cheguem, a produção será iniciada”, informa a diretora.

“A Faculdade de Farmácia conta com professores e técnicos com expertise na área de tecnologia farmacêutica, o que possibilita contribuir com a produção dos saneantes. É nosso papel atuar nessa frente de apoio aos hospitais universitários e todos aqueles que necessitam de proteção neste momento. Além disso, temos no Laboratório Institucional de Pesquisa em Biomarcadores (Linbio) capacidade técnica e infraestrutura para a realização de testes diagnósticos para o novo coronavírus. Nossa capacidade de formação está a serviço do combate à pandemia”, conclui Leiliane André.

Eliane Estevão e Luíza França