UFMG desenvolve protetor facial de manufatura simples e baixo custo
Primeiras unidades foram doadas ao Hospital João XXIII; invenção está patenteada
Foram entregues ao Hospital de Pronto-socorro João XXIII, na última sexta-feira, dia 24, 30 unidades do protetor facial desenvolvido pelo professor Marcelo Silva Pinto, do Departamento de Tecnologia do Design, e pelo estudante Humberto Cardoso, do curso de Design, ambos vinculados à Escola de Arquitetura da UFMG.
O produto ainda deve passar por alguns ajustes após o período de experimentação no hospital. “A demanda partiu da diretoria do João XXIII, que alegou insegurança dos profissionais devido à carência de equipamentos de proteção individual”, informou Marcelo Pinto.
O protetor facial conta com um dispositivo de encaixes para viseira e uma faixa de fixação e ajuste à cabeça do usuário. Sua principal vantagem em relação aos modelos existentes no mercado reside no fato de possibilitar o encaixe de viseiras de vários tamanhos e espessuras. Seu processo de manufatura é simplificado, uma vez que as peças que constituem o dispositivo são pouco numerosas, de baixa complexidade construtiva, obtidas por meio da adaptação e do reaproveitamento de recursos facilmente disponíveis e de baixo custo. Ele também é de fácil higienização.
O protetor facial é destinado àqueles que trabalham em hospitais, laboratórios, indústrias, ambientes corrosivos e com presença de contaminantes.
A tecnologia, denominada Dispositivo de fixação para protetor facial, está protegida pela UFMG, por intermédio da Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT), sob a forma de modelo de utilidade – um tipo de patente de invenção – e por meio de desenho industrial. O dispositivo é passível de transferência a empresas especializadas na produção de protetores faciais.
Assista neste vídeo editado pela TV UFMG a uma breve demonstração do processo de fabricação do protetor:
Prestação de serviços sem remuneração
“As primeiras unidades foram produzidas com material que seria descartado ou doado. Duas pessoas, trabalhando durante 40 minutos, são capazes de manufaturar 100 peças”, estima Marcelo Pinto.
O professor destaca que a fabricação dos protetores na Escola de Arquitetura constitui uma ação de prestação de serviços sem remuneração. “Fizemos o primeiro projeto de casa mesmo. Depois fomos para o laboratório e, em duas semanas, geramos 16 protótipos”, relata.
Os inventores buscam parcerias com fábricas maiores para que a demanda do João XXIII, que a princípio é de duas mil peças, possa ser atendida antes que a unidade passe a receber pacientes da Covid-19. “O processo industrial pode gerar até cinco mil unidades por semana”, estima o professor. O preço de custo de cada protetor é R$ 5.