UFMG terá novos cursos de graduação: Arqueologia, Engenharia de Materiais e Ciência de Dados
Os dois primeiros inauguram na Universidade a estrutura formativa de tronco comum, com Antropologia e Engenharia Metalúrgica, respectivamente
A UFMG terá três novos cursos de graduação: Arqueologia, vinculado à Fafich, Engenharia de Materiais, da Escola de Engenharia, e Ciência de Dados, do Instituto de Ciências Exatas (ICEx). A criação das novas formações foi aprovada pelo Conselho Universitário em 5 de outubro, e oficializada por meio das Resoluções 08/2023, 09/2023 e 10/2023, publicadas na edição 2.136 do Boletim UFMG. A Universidade passa a oferecer 94 cursos de graduação.
Dois dos novos cursos, Arqueologia e Engenharia de Materiais, inauguram na UFMG o mecanismo das estruturas formativas de tronco comum, organizadas por meio da gestão compartilhada de um conjunto de atividades acadêmicas curriculares que se articulam em eixos temáticos comuns a dois ou mais cursos de graduação. Arqueologia terá tronco comum com Antropologia, e Engenharia de Materiais, com Engenharia Metalúrgica. Os cursos já existentes, que abrigavam as novas áreas de graduação como percursos específicos, tiveram suas grades reformuladas.
A reitora Sandra Regina Goulart Almeida observa que, na iminência de conclusão de mais um ciclo do Plano Nacional de Educação (PNE), ainda não foram atingidos os indicadores estabelecidos de egressos do ensino superior. “Há uma demanda a ser suprida com novos cursos e estruturas inovadoras. A produção do conhecimento é dinâmica e sempre aberta ao novo, e a UFMG, como é de sua tradição, sempre esteve pronta para contribuir para a resposta a esse tipo de demanda, na forma de inovação, expansão e reestruturação dos cursos de graduação”, diz a reitora.
Os três novos cursos ilustram movimentos iniciados no âmbito das unidades acadêmicas, em momentos e com ritmos distintos, como destaca o pró-reitor de Graduação, Bruno Teixeira. “Em um universo de tantas opções, a ideia do tronco comum pode ser mais um facilitador para orientação dos estudantes que desejam ingressar no ensino superior. O tronco comum possibilita a expansão como um processo de divergência em que se exploram convergências entre as áreas do conhecimento”, diz Teixeira. “A formação se torna ainda mais qualificada, porque o estudante, futuro profissional, aprende a dialogar com áreas próximas já durante seu curso de graduação.”
O pró-reitor ressalta ainda que as estruturas de tronco comum propiciam gestão mais eficiente e equânime, uma vez que o suporte administrativo e acadêmico é único para os dois cursos. Segundo Bruno Teixeira, no momento de fazer sua opção no processo seletivo, o candidato a um dos cursos de tronco comum indicará uma área básica de ingresso e poderá, após integralizar determinado conjunto de atividades do tronco comum, escolher livremente o curso no qual obterá grau.
Baixos custos
A regulamentação, em 2018, da profissão de arqueólogo foi uma das motivações para a criação do curso de Arqueologia, da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. Até agora, a formação ocorre como habilitação dentro da graduação em Antropologia. O novo curso vai compartilhar atividades curriculares com Antropologia, no sistema de tronco comum.
“Esse mecanismo, aliado a outras normas de graduação implementadas recentemente, simplifica processos, como a criação de uma formação nesse segmento de ensino na Universidade, que se dá com baixo custo administrativo e pequeno ônus de adaptação”, afirma o diretor da Fafich, professor Bruno Reis. Ele salienta que a estrutura atual foi mantida em boa medida na atualização curricular feita para viabilizar o novo formato dos cursos.
Presença antiga
A área do novo curso da Escola de Engenharia já é fortemente representada na UFMG. Não por acaso, a palavra que define esse campo já compõe os nomes do Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais e do Programa de Pós-graduação em Engenharia Metalúrgica, de Materiais e de Minas. A pesquisa contempla materiais metálicos, cerâmicos, compósitos e outros. “A engenharia e a ciência de materiais estão presentes há muito tempo no ensino e na pesquisa da Escola de Engenharia. Por isso, é mais que natural a criação deste que é o 12º curso de graduação da Escola”, afirma o diretor da unidade, Cícero Starling. A graduação recém-criada vai assegurar, segundo Starling, plena habilitação profissional no campo dos materiais.
“Das instituições mais bem avaliadas, só a UFMG ainda não tinha o curso”, informa o diretor, acrescentando que o mecanismo do tronco comum vai propiciar a possibilidade de o estudante formado em Engenharia Metalúrgica se graduar também, com mais alguns semestres de estudos, em Engenharia de Materiais, e vice-versa. As graduações com entrada única vão oferecer 80 vagas anuais frente às 60 disponíveis para Engenharia Metalúrgica no último processo seletivo.
Demanda do mercado
O curso de graduação em Ciência de Dados, que vai oferecer 40 vagas por ano, deverá atender a uma demanda de mercado que hoje é suprida, sobretudo, por profissionais formados em Ciência da Computação, Estatística e cursos de Engenharia. A criação do curso tem sido recomendada pela Sociedade Brasileira de Computação.
Segundo o vice-diretor do ICEx, Renato Celso Ferreira, a relação da unidade com seus egressos traz informações sobre o posicionamento deles no mercado, e esses profissionais têm enfatizado a demanda recente. “Vamos passar a formar profissionais ainda mais preparados, com forte capacitação para as demandas, munidos de conhecimentos nas duas áreas. Muitos professores dos dois departamentos [Estatística e Ciência da Computação] já atuam em pesquisas e consultorias no campo da ciência de dados”, diz o professor.
O curso de Arqueologia será ofertado já em 2024, e a Universidade está cuidando dos trâmites para abertura de vagas para Engenharia de Materiais e Ciência de Dados.