Arte e Cultura

UFMG vai mapear ações, espaços e agentes no campo da cultura

Com o levantamento, DAC espera que iniciativas hoje desenvolvidas de forma dispersa sejam conectadas

Projeto Imagens do Conhecimento propunha a comunicação do saber a partir de imagens geradas durante o processo de produção do conhecimento nas mais diversas áreas
Projeto Imagens do Conhecimento propunha a comunicação do saber com base em iconografia gerada durante o seu processo de produçãoLuiza Bongir

A Diretoria de Ação Cultural (DAC) da UFMG realizará, nos próximos meses, um amplo mapeamento que vai identificar os programas, projetos, ações, espaços e agentes da Universidade vinculados ao campo da cultura. A consulta foi lançada nesta segunda-feira, 24 de maio, por meio de questionário on-line, que poderá ser respondido por todos os membros da comunidade acadêmica – alunos de graduação e pós-graduação, professores, servidores técnico-administrativos e terceirizados. O objetivo é construir uma cartografia das pessoas, trabalhos acadêmicos, produções artísticas e infraestruturas existentes para atividades culturais na UFMG. Mais informações sobre o levantamento estão disponíveis neste site.

A expectativa é que o trabalho reúna informações que possibilitarão o georreferenciamento dos agentes e espaços culturais na Universidade e a construção de indicadores culturais com base nos dados analisados. "Acreditamos que esse conhecimento mais sistemático possa conectar as muitas pessoas que hoje desenvolvem ações, pesquisas e estudos na área de cultura de forma dispersa na UFMG, assim como fornecer importantes dados que servirão de subsídio para a revisão e construção das nossas políticas na área, incluindo a elaboração do Plano de Cultura da Universidade”, destaca o diretor de Ação Cultural, Fernando Mencarelli.

Por meio do formulário, será possível especificar agentes individuais ou grupos que produzem, divulgam, pesquisam ou gerenciam atividades artístico-culturais, desde projetos permanentes e já consagrados, como o Ars Nova – Coral da UFMG, até atividades eventuais e pequenos grupos de dança, música, teatro e outras artes e manifestações. A investigação também abrange os pesquisadores, professores e extensionistas que participam de projetos na área, e também espaços institucionais como acervos, bibliotecas, livrarias, galerias, cineclubes, museus, centros culturais, de estudo, documentação, artesanato, comunicação e memória.

“Entre outros objetivos, espera-se que o diagnóstico resulte em estudo reflexivo sobre a cultura na UFMG. Para isso, o envolvimento da comunidade no processo de mapeamento é fundamental para chegar aonde queremos, que é a construção de políticas democráticas que afirmem os direitos culturais na Universidade”, sustenta a diretora-adjunta de Ação Cultural da UFMG e coordenadora da pesquisa, Mônica Ribeiro.

O mapa resultante do esforço investigativo será uma das etapas de construção de nova versão do Plano de Cultura da UFMG. O processo também envolverá a realização de um ciclo de fóruns, com 13 encontros virtuais agendados até setembro deste ano. Entre os temas a serem discutidos estão a transversalidade da cultura no projeto acadêmico, os saberes tradicionais e a pluralidade epistemológica na academia, a presença da cultura nos projetos de inovação e pesquisa e a cooperação institucional nos âmbitos local, nacional e internacional.

Piquenique indígena realizado durante a 44ª edição do Festival de Inverno
Piquenique indígena realizado durante a 44ª edição do Festival de Inverno: construção de políticas para viabilizar o direito à culturaLuiza Bongir | UFMG

Conceito delimitado
O projeto do Mapa Cultural da UFMG foi apresentado pela primeira vez ao público em março deste ano, durante live que integrou a programação do 15º Festival de Verão UFMG. Na época, a coordenadora de Políticas Culturais da DAC, Thobila Gabriela de Lima, destacou que a atividade de mapeamento é estratégica para o conhecimento sobre o território cultural da UFMG e que o trabalho da pesquisa teve início com a delimitação do conceito de cultura adotado pela instituição. “Fizemos a revisão de leis, documentos jurídicos e das diretrizes constantes nos mapas culturais do governo federal, municipal e da Universidade Federal da Bahia, que realizou o seu mapeamento cultural em 2019. Esses instrumentos foram referência para o recorte utilizado no nosso projeto, que incorpora à noção de cultura o campo das linguagens artísticas, como artes visuais, teatro, dança, música, fotografia e artes urbanas, e os diversos registros do patrimônio, tanto material quanto imaterial, e suas dimensões correlatas, como memória, restauração e saberes tradicionais”, explicou.

Inicialmente, foram compilados 69 campos de cultura, que evidenciam a transversalidade das práticas culturais em todas as dimensões acadêmicas da UFMG nas áreas do ensino, da pesquisa e da extensão. "A política cultural deve tornar visível uma produção que também precisa abarcar o ensino e a pesquisa, já que, muitas vezes, a atividade cultural e artística é ligada somente à extensão", defende a professora Ana Flávia Machado, do Departamento de Ciências Econômicas da UFMG, que também participou da elaboração do projeto do mapeamento. Ana Flávia integra o Comitê Executivo da Associação Internacional de Economia da Cultura (Acei).

Com Assessoria de Comunicação da Diretoria de Ação Cultural