Institucional

Unegro diz que operação afronta luta pelos direitos humanos

"Hoje a Polícia Federal deflagrou uma ação de caráter político, truculento e contrário à autonomia universitária da UFMG, alegando desvios no Projeto de construção do Memorial da Anistia Política do Brasil. Ex-dirigentes e dirigentes atuais foram conduzidos coercitiva em operação espetaculosa. 

A operação da PF chamada de “Esperança Equilibrista” é uma clara afronta e um desrespeito com todos e todas que lutaram e continuam lutando pela garantia dos direitos humanos e pela plena democracia no Brasil, cuja memória é, justamente, uma das grandes revindicações da militância progressista em nosso País. Ressante-se que boa parte dessa geração compõem órgãos dirigentes, grupos de pesquisa e dão aulas na Universidade. Têm histórico de luta em defesa da cidadania e pelo desenvolvimento social e econômico brasileiro. Muitos, inclusive, doaram a vida para construir esse sonho que justifica a construção do Memorial. 

Na verdade, desde as Jornadas de Junho de 2013, a UFMG vem assumindo protagonismo constante nas lutas sociais. Se comprometeu explicitamente favorável à inclusão de segmentos historicamente alijados dos seus muros, firmou posição, inequívoca, contra o desmonte da universidade pública orquestrada pelo governo Temer. Expresso pelo cancelamento de programas educacionais, corte orçamentário e desincentivo à carreira docente e técnico-administrativo. 

Portanto, essa “condução coercitiva” tem um caráter político para desmoralizar a Universidade e inviabilizar a resistência contra o atoleiro que o Brasil foi parar após o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, principalmente porque a chapa vencedora da consulta à comunidade acadêmica da UFMG recebeu, em segundo turno, quase 64% dos votos. Portanto, almeja-se, também, que o sufrágio acadêmico seja cancelado e os votos para a sucessão em processo amplamente democrático  seja invalidados. 

A Unegro – Minas Gerais (União de Negras e Negros Pela Igualdade) condena essa ação política que fere a autonomia e a cátedra universitárias e conclama uma grande vigília contra a censura e as arbitrariedades perpetradas por agentes públicos a serviço de interesses políticos e partidários".