Praticamente 9 em cada 10 venezuelanos sobrevivem com renda abaixo da linha de pobreza e 61% estão no patamar de pobreza extrema, ou seja, não têm condições sequer para comprar produtos da cesta básica. Os dados são de uma pesquisa da Universidade Católica Andrés Bello, em Caracas. Há crise de desabastecimento nos supermercados. Nas farmácias e hospitais, faltam medicamentos. 

A escassez de material médico cirúrgico é de 80%, segundo um levantamento divulgado pela Assembleia Nacional - que faz oposição ao governo de Nicolás Maduro - e pela Organização Não governamental Médicos pela Saúde. Para se ter uma ideia, segundo o estudo, só cerca de 5% dos serviços de raios x do país funcionam.

O agravamento dos indicadores sociais é reflexo da crise econômica e política por que passa a Venezuela. 77% dos imigrantes apontam a crise econômica no país natal como principal motivo para a vinda ao Brasil, segundo uma pesquisa promovida pelo Conselho Nacional de Imigração no ano passado. A dimensão dessa crise, no entanto, é difícil de precisar já que faltam indicadores econômicos transparentes. 

Amanhã, na segunda reportagem da série sobre migração venezuelana no Brasil: quem são os imigrantes que vem para o norte do país e em que condições vivem?