Você sabe o que é cicloativismo?
Essa modalidade de luta por direitos sociais e reivindicação de políticas públicas atrai atenção de pesquisadores
A bicicleta é econômica e está sendo muito usada para quem quer poupar gastos com combustível com preço tão elevado. A acessibilidade e o baixo custo são algumas das principais características, que fazem com que os belo-horizontinos e pessoas do interior de Minas Gerais adotem as bicicletas no cotidiano, seja para trabalhar ou para se divertir.
Segundo dados de 2015 do coletivo cicloativista BH em Ciclo, quase 70% da população ciclista da capital mineira se classificava economicamente como pessoa de baixa renda. Além disso, a bicicleta se tornou um veículo que contribui para lutas por direitos sociais. “Pedalar hoje é um ato político, é um ato de reivindicação de um espaço que é público, coletivo e que é de todos”, afirma Luciana de Assis Lage, mestre em Arquitetura e Urbanismo pela UFMG.
O fotógrafo Carlos Hauck é um apaixonado por bike e descobriu que também poderia usar a bicicleta para registrar os passeios e eventos de que participa. Em geral, as fotos tiradas por ele são feitas em movimento. Carlos conta, também, que a inspiração para pedalar veio de querer ampliar o convívio social, fazer amigos e reforçar, por meio das fotos, o importante papel que as bicicletas passaram a ter em nossa sociedade.
A preocupação com a segurança de quem pedala em meio ao trânsito de Belo Horizonte, com poucas ciclovias, faz parte da reivindicação de alguns grupos. Os chamados cicloativistas se reúnem para defender temas importantes para a sociedade. Um desses grupos que está entre os que mais defende essa causa é o “Terça das Manas”, um coletivo criado exclusivamente por mulheres, para dar visibilidade aos perigos que a capital oferece para as ciclistas. Durante as pedaladas em grupo, elas criam rotas para percorrer locais de difícil acesso sem sinalização, por exemplo, e ajudam as ciclistas que começaram agora. Em preparação para os eventos, elas, também, capacitam as líderes para garantir a segurança das outras ciclistas e cuidados com as bikes. “A gente procura qualificar essas meninas para poderem puxar os pedais porque tem muita coisa envolvida, a gente tem que garantir uma rota que seja factível no trânsito porque a bicicleta tem que seguir as regras de trânsito", relata Márcia Pereira, uma das integrantes do coletivo.
Outras informações sobre a bicicleta em Belo Horizonte, confira o programa semanal “Rádio Pedal No Ar”, espaço da BH em Ciclo na rádio UFMG Educativa, toda sexta-feira, às 11h
Equipe: Bruna Gomes e Victor Rocha (produção); Márcia Botelho (edição de imagens); Naiana Andrade (edição de conteúdo) e Samuel do Vale (imagens)