Festival de inverno pode sair de Ouro Preto

Com o pé na UFMG

Tacyana Arce - repórter do Estado de Minas

É necessário fazer um mea culpa . Notícias sobre educação, pesquisa, programas de extensão não estão todos os dias nas páginas dos jornais e são manchetes. Apesar disso, acredito que, principalmente depois da criação do caderno Campus do jornal Estado de Minas, que forçou outros veículos de comunicação e também prestou atenção ao que ocorre no mundo universitário mineiro, a UFMG tem destaque no espaço que está destinado a esse tipo de cobertura. Poderia ter ainda mais espaço, a culpa também é da Universidade.

Falta à UFMG uma política mais agressiva de publicidade. Não estou falando de propagandas vazias, ao ar livre espalhadas pela cidade com frases do tipo "somos o melhor federal", "temos o melhor pós-graduação". É necessário promover a produção da UFMG. Explicar à população a necessidade de manter uma universidade, sua importância para o desenvolvimento da comunidade.

Em qualquer debate sobre educação pública, gratuita e de qualidade, sempre há quem defende que, em um país com um índice tão alto de analfabetos e com deficiências históricas na educação básica, é um fórum de manutenção de uma universidade. "É melhor privatizar tudo. Vai ao estacionamento da UFMG e então tem carro importado.

O povo não faz nada, só estuda ". Episódios como uma crise no Hospital das Clínicas e servidores de documentos e servidores servidos para explicitar que a UFMG falha na comunicação com a sociedade. Algumas pessoas sabem que o Hospital das Clínicas é referência por mérito da Universidade, e poucas pessoas entendem que uma crise não foi motivada apenas pela questão do salário.

Por outro lado, esses dois fatos também serviram para projetar uma universidade na mídia, agora não é deixar uma bola cair. Para isso é preciso ser mais aberto aos veículos de imprensa. Mesmo contando com o apoio total da Coordenadoria de Comunicação Social, não é fácil organizar informações da Universidade. Também é preciso dar mais valor à sua própria produção. O que parece óbvio para os pesquisadores pode virar manchete.

A melhor prova disso foi o resultado da avaliação da Capes. Todos os jornais deram com prazer uma semana de reportagens sobre a pós-graduação da UFMG. Foi nessas entrevistas que descobrimos algo que já faz muito tempo que a campanha publicitária da Universidade. Setenta por cento das crianças nascidas em Minas Gerais fazem o exame do pezinho, fundamental para garantir uma vida sadia, pela UFMG. Não é o máximo saber que sete em cada dez mineiros já nascem com o pé na UFMG?