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Pós-graduação cresce nos anos 90, apesar do corte de recursos

Dificuldades da área foram lembradas em evento que comemorou 1º lugar na avaliação da Capes

Após a pós-graduação da UFMG, o melhor país segundo avaliação da Fundação Capes, chegou a esse resultado registrando, de um lado, cortes de bolsas e bolsas e, outro, um rápido crescimento de sua produção na década de 90. Esse fato foi destacado pelo pró-reitor de pós-graduação, Ronaldo Barbosa, na cerimônia de reconhecimento de revisores, pró-reitores e coordenadores de cursos de várias gestões que contribuíram para o sucesso da UFMG. 

Durante a cerimônia, no último dia 4, vários oradores lembraram que a escassez de recursos não impedia que a UFMG obtivesse o 1º lugar na avaliação da Capes. "Nos últimos sete anos, o número de alunos, teses e dissertações cresceu cerca de 70%, enquanto as bolsas praticamente estagnaram", disse o reitor Sá Barreto. 

O pró-reitor Ronaldo Barbosa exemplificou como dificuldades com o orçamento de 1998, que reserva R $ 2 milhões para custear 51 programas de pós-graduação. "É impressionante imaginar o gerenciamento de uma pós-graduação desse porte com pouco recurso financeiro", afirmou Barbosa. Respaldando sua explicação com estatísticas, o pró-reitor lembrou o número de alunos saltando de 1.900, em 1991, para 3.600, em 1998. Nesse período foram usadas apenas 168 bolsas. 

O pró-reitor de pós-graduação no biênio 86-87, Ivan Moura Campos, atual secretário estadual de Ciência e Tecnologia, elogiou a capacidade que a Universidade tem de responder às demandas tecnológicas de Minas Gerais.

Avaliação 

A vice-reitora Ana Lúcia Gazzola, também ex-promotora de pós-graduação, fez um balanço das auditorias realizadas pela UFMG nos anos 80. A primeira foi em 1981, quando era o pró-reitor Eustáquio Galvão da Silva. A última e mais abrangente, realizada em 1989, destacou a qualificação docente e as dissertações e teses. As avaliações, de Gazzola, foram decisivas para alcançar esse nível. "Nossa função era mostrar apenas o espelho. Quem soube olhar, veria. Um soube da UFMG e o resultado de hoje fala por si", disse uma vice-reitora. 

O reitor Sá Barreto afirmou: "Alcançamos esse estágio após o trabalho de várias gerações". O Reitor não limitou o exaltar ou o sucesso da pós-graduação. Ele anunciou que a Universidade está diante do desafio de atender a uma demanda crescente de alunos que saem do segundo grau. Enquanto o Vestibular da UFMG oferece 4.017 vagas, há 700 mil estudantes matriculados no ensino médio em Minas Gerais, número que chegou a 1,2 milhão em 2.001. 

Sá Barreto defendeu a criação de novos cursos, o incentivo à educação a distância e o treinamento de professores de redes públicas e privadas: "Se você não executar os programas que executam o risco de ser uma ilha de excelência em número de exclusão".