A curta metragem A Velha a Fiar , realizada pelo cineasta mineiro Humberto Mauro em 1964, foi uma inspiração para a professora do Departamento de Fotografia e Cinema de Animação da Escola de Belas Artes (EBA), Maria Amélia Palhares, teve para realizar o seu vídeo Afiar que, em setembro, conquistou o prêmio Tatu de Ouro de melhor vídeo de animação na XXV Jornada Internacional de Cinema da Bahia .

O evento premia trabalhos nas categorias de cinema e vídeo, exibe subdivididas em ficção, animação e documentário. Depois de assistir com outros 10 vídeos de todo o país. Também participou da Jornada de vídeos e filmes da Argentina e Portugal. 

O trabalho da professora da EBA foi realizado durante cerca de 80 dias no ano passado, como produto final da sua dissertação de mestrado sobre diferentes técnicas de animação usadas no vídeo. No filme que serviu de inspiração para a professora da UFMG, Humberto Mauro mostra uma relação engraçada entre vários elementos vivos e inanimados (aranha, gato, vaca, cachorro, pau, fogo, etc.) e uma velha tecelagem num rasgo. 

Já em Afiar , Maria Amélia apresenta 11 recursos distintos de animação (recorte, massinha, fotografia, arame, desenho em acetato, entre outros) nos oito minutos de duração do vídeo. "Cada técnica é empregada em um elemento da história", explica Maria Amélia. Uma vaca foi animada com fotografia, ou gato, com recorte de papel, e o cachorro, com técnica tridimensional. 

Afiar foi feito na UFMG. Maria Amélia utiliza equipamentos da EBA e do Centro Audiovisual (CAV) para produzir o vídeo. Mas isso não evitou que a professora gastasse dinheiro próprio para finalizar seu trabalho. Como o mestrado em cinema da EBA não concede bolsas aos alunos, uma professora gastou cerca de R $ 1.500 na compra de material para confecção dos personagens. 

Além de Afiar , outro trabalho desenvolvido na escola estreou na Bahia: o filme de animação Castelos de Vento , da ex-aluna da EBA, Tânia Anaya.