UFMG abrirá “janela de oportunidades” no Pará

Reitoria reúne estudantes estrangeiros da UFMG

Alunos estrangeiros de várias nacionalidades reuniram-se no Icex, no último dia 4, para discutir questões relativas à sua situação na UFMG. A pauta de discussões, que fez parte do programa da I Jornada do estudante estrangeiro, teve como objetivo estimular a integração do corpo discente de outros países à Universidade. "Queremos discutir problemas e consolidar propostas para o melhor acolhimento dos estrangeiros", disse a professora Suely Pires, assessora de Cooperação Internacional, que promoveu o evento. Na abertura da Jornada, o reitor Sá Barreto ressaltou o empenho da Administração Central em aprimorar a infra-estrutura de apoio e criar um fundo de bolsas para os alunos estrangeiros. A UFMG abriga hoje cerca de 250 estudantes de outros países.

Experiências

A Jornada foi uma oportunidade para a identificação de deficiências no atendimento ao aluno estrangeiro na UFMG. O senegalês Ibrahima Gaye, estudante de Administração, chamou a atenção dos organizadores para as diferenças entre as carências sociais e financeiras dos estrangeiros que estudam na Universidade. "É preciso que a UFMG ouça propostas diversas para chegar a um consenso", disse. Ibrahima, que chegou ao Brasil em março deste ano, comparou a acolhida que tem na UFMG com sua passagem anterior pela Universidade Federal Fluminense: "Aqui não tenho direito a carteirinha de aluno carente. Lá, recebia assistência médica e odontológica por um preço baixo", disse.

Depois de ouvir demandas e discutir as perspectivas do aluno estrangeiro na UFMG, a supervisora da Assessoria de Cooperação Internacional, Aída Arancibia, ao lado do presidente da FUMP, Marcos Roberto Moreira Ribeiro, e do coordenador da CAC, Ronan Araújo, apresentou propostas para a criação de mecanismos eficientes de recepção e inserção dos alunos de outros países na UFMG. Em outra sala, os professores José Nagib Cotrim Árabe, pró-reitor de Graduação, Arsênio Canisio Becker, do MEC-Sesu, e a assessora Suely Pires discutiram com outro grupo o acompanhamento acadêmico mais adequado às necessidades do estudante estrangeiro.

A Jornada também serviu de palco para troca de experiências. A angolana Celina de Piedade Camilo Andrade, estudante de Psicologia, disse estar orgulhosa de estudar numa instituição como a UFMG. Ela e seus colegas, no entanto, enfrentam um difícil obstáculo: o governo de Angola não tem enviado recursos para o custeio de seus estudos. "Não recebemos dinheiro algum há 16 meses. Isso prejudica muito o nosso rendimento", queixou-se. Outro estudante, o espanhol Mariano Gracia Rubio, disse que a burocracia tornou-se um grande obstáculo à sua permanência no Brasil. Seu visto de estrangeiro é válido por apenas três meses e, depois disso, será obrigado a renová-lo, segundo disse, "quase todos os dias". Mariano dá aulas no Teatro Universitário e gostaria de fazer pós-graduação na UFMG. Por isto, sugeriu uma Jornada que não se limitasse aos estrangeiros da graduação: "Muitos europeus querem se pós-graduar aqui", afirmou.