UFMG tem programa de ação ambiental

Centro de Computação já atua contra o bug do milênio

UFMG se prepara para evitar problemas em seus sistemas de informática na virada do século

Correndo contra o tempo. É assim que a UFMG tem agido para impedir que seu sistema de informática seja atingido por um problema que ameaça o funcionamento de computadores de todo o mundo: o bug do milênio (ver box nesta página). Para se prevenir, desde julho de 1997 uma equipe do Centro de Computação da UFMG (Cecom) desenvolve, em parceria com a empresa MSA Informática, o Projeto Ano 2000. 

Na primeira fase, uma equipe do Cecom, assessorada por um consultor da MSA, elaborou a relação de equipamentos, programas, rotinas, telas e bancos de dados que devem ser alterados nos 57 sistemas da UFMG. Na segunda fase, iniciada em janeiro, a equipe corrige os erros detectados nos sistemas acadêmicos (como os de vestibular e registro acadêmico) e administrativos (como os de patrimônio e pessoal). 

A adequação dos equipamentos e dados do sistema acadêmico começou a ser feita em novembro e está prevista para terminar pontualmente em 12 de março de 1999. Até hoje, 20% dos sistemas acadêmicos já foram corrigidos. O diretor geral do Cecom, Carlos Alfeu da Fonseca, diz que houve um atraso no desenvolvimento das atividades, devido à greve e à mudança de reitorado. "Mesmo assim, conseguiremos cumprir o prazo previsto", afirma o diretor. 

A adequação do sistema administrativo terá de esperar a correção do sistema acadêmico. O trabalho também durará quatro meses e a previsão é de que termine em junho, prazo estipulado pelo governo federal para que as instituições públicas federais corrijam os seus sistemas de informática. 

O custo do trabalho será de R$ 48 mil e englobará a correção de 2.006 programas não on line (como emissão de relatórios e transferências de arquivos), 814 programas on line, 61 rotinas, 1.281 relatórios, 919 telas, 730 arquivos diversos e 70 estruturas de bancos de dados.

250 milhões de computadores ameaçados

Expressão utilizada pela informática, o bug refere-se ao hábito de guardar datas com dois algarismos em programas e bancos de dados. A prática teve início na década de 1970, devido ao alto preço da memória: cada megabyte custava US$ 10 mil. Mesmo chegando a US$ 0,10 duas décadas depois, o hábito se mantém e hoje empresas do mundo inteiro tentam corrigir os defeitos do bug, que ameaça tirar do ar 250 milhões de computadores pessoais e 85 mil computadores de grande porte. Também correm risco outros equipamentos que utilizam datas em dois dígitos, como aparelhos eletrônicos (entre eles, forno de microondas e videocassete), hospitais e concessionárias de serviços de água, energia e telefonia.

Cibelle Bouças